Apostada | Baekhyun

62.°

Narrador

Alguns dias depois.

Os dias se passaram como o vento, parecia que tinha passado apenas um dia desde que Baekhyun tinha enfrentado a sua mãe.

A primavera está quase no fim, por isso o dia tinha amanhecido já não tão fresco como ha umas semanas atrás, apenas uma brisinha com um ambiente acolhedor, dando sinal que não faltavam tanto assim para o Verão.

O Verão é e sempre foi a estacionamento preferida de Megan, estes dias animavam-na imenso pensando na proximidade de ir à praia, de dar mergulhos na piscina e de bronzear a pele que naturalmente já é morena.

No entanto, um dia destes que seria extremamente agradável, Megan não conseguia estar feliz, está assim desde o dia que Baekhyun decidiu tomar coragem. E o por quê disso?

— Bom dia, Baekhyun, como te sentes?

Megan abre a porta do quarto de ambos, depois de ter ido fazer o pequeno-almoço. Baekhyun estava ainda deitado na cama, assim como dos últimos dias. A janela meio aberta assim como os cortinados dava bastante claridade ao quarto, mostrando um Baekhyun com o cabelo meio despenteado, umas grandes olheiras e cara um pouco inchada. Acabado de acordar.

— Na mesma — Megan suspira, abanando a cabeça.

— Não podes continuar assim, Baekhyun, tens estado dessa maneira há quase uma semana.

Baekhyun fingiu não ouvir cada vez que Megan fazia um comentário sobre o seu modo de vida ultimamente. A verdade é que sabia que não era bom para si mas também dispensava estar sempre a ser lembrado do seu estado. A culpa não era sua.

— Anda, levanta-te. Não queres experimentar ir trabalhar hoje? Vais ver que te vai fazer bem, espairecer a cabeça.

Baekhyun levantou-se num impulso e quase que gritou com Megan para o deixar em Paz. Mas olhar para a cara da garota tão serena e completa de preocupação, a raiva dentro de si desvaneceu-se. A mesma só estava preocupada e o próprio se assustou com a sua futura ação. Parecia que estava a voltar à sua personalidade fria e insensível de antigamente. Não podia deixar isso acontecer.

— Acho que tens razão, isto não é vida para ninguém. Tenho de ser forte.

— Não te esqueças, não estás sozinho, eu vou estar sempre aqui  e nunca vou deixar que batas no fundo.

Baekhyun esboçou um grande sorriso e perguntou-se como pensou tratar mal a mulher da sua vida, que agora lhe jurava nunca o abandonar, mesmo estando provavelmente na pior fase da sua vida.

O mesmo se sentou na cama e puxou Megan para si, dando-lhe um beijo rápido. Ambos sorriram e parecia que afinal a manhã já não estava tão perdida assim.

Megan animou-se ao ver Baekhyun levantar-se da cama pela primeira vez em dias. Este tomou um banho ainda demorado enquanto a mulher esperava pelo mesmo com o pequeno-almoço à espera para ser devorado pelos dois. Megan ficara alegre ao ver o marido comer tão bem.

Ambos saíram ao mesmo tempo, pegando um táxi juntos mas indo cada um para o seu respetivo emprego.

Baekhyun mal chegou à empresa foi cumprimentado alegremente pelo seu pai, que de todo o esperava ver ali tão cedo. Todos os dias telefonava a Megan para saber como o filho estava e vê-lo ali depois de dias sem ter contacto com o mesmo era maravilhoso.

 — Fico tão feliz que tenhas decidido sair de casa finalmente — Dong-sun afaga o ombro do filho.

— Se não fosse a Megan, acredita que ainda estaria a deprimir lá para sempre — Dong-sun segue o filho até ao escritório do mesmo, fechando a porta atrás de si. 

— Essa rapariga... foi um anjo na tua vida, ainda bem que ela apareceu.

Baekhyun sorriu com as palavras do pai, concordando a cem por cento. Levou as coisas até à sua secretária. Teria muita coisa  para fazer depois de tantos dias sem trabalhar, não iria perder tempo. 

— Não quero de todo estragar o teu bom humor mas estive a falar com o teu médico ontem ao fim da tarde — Baekhyun parou imediatamente o que estava à fazer a passou a dar toda a sua atenção ao pai.

— E o que é que se passa?

— Eu não quero te pressionar de todo, esse não é mesmo o meu objetivo. Mas o teu transplante tem de ser feito no máximo em duas semanas, se não... pode ser mesmo perigoso e podes nunca mais voltar a recuperar.

Baekhyun sabia o que o seu pai queria dizer com aquilo, mas percebeu o cuidado que o mesmo teve em não ser tão direto e frio. A verdade é que se Baekhyun não fizesse o transplante o mais rápido possível, podia até ser fatal.

Infelizmente aquela conversa ficou a matutar na sua cabeça o dia inteiro, até mesmo a caminho de casa já bem tarde.

Fê-lo pensar em muita coisa, mas principalmente no que podia pôr em causa caso a sua decisão demorasse ou mesmo se escolhesse esperar por outro dador que não fosse... A sua mãe. Baekhyun vê-se sem muitas saídas, mas todas elas vão dar ao mesmo lugar, àquele que este tenta evitar a todo custo.

Até que chegou o dia que não deu mais.

Este pensou muito, mas muito até perceber o que realmente é importante no momento e pensou em si em primeiro lugar.

— Megan... — Baekhyun quase sussurra da bancada da cozinha enquanto observa e ajuda ao mesmo tempo a garota à preparar o jantar de ambos.

— Sim? Precisas de alguma coisa? — Megan indaga, ainda focada no sue trabalho naquele momento.

— Eu tomei uma decisão — Baekhyun afirmou com certeza.

— Ai sim? — Não foi o suficiente para qie Megan prestasse realmente intenção. Então Baekhyun decidiu lançar de uma vez a bomba.

— Eu vou aceitar que a doação da minha mãe.

Megan parou de imediato o que estava a fazer e rodou o corpo, ficando de frente para o garoto, mas ainda com uma certa distância. Baekhyun percebeu que Megan tinha ficado um tanto confusa com o que afirmara.

— Ela é a minha única salvação neste momento, Megan, e ambos sabemos que já não tenho muito tempo. Isto não significa, óbvio, que eu a vou perdoar, mas depois logo verei como estarei e como vão correr as coisas.

Megan, ainda com os olhos arregalados pela decisão do mais velho, caminha até mais perto dele e senta-se bem na sua frente.

— Já puseste a hipótese de que ela pode estar só a tentar arranjar uma maneira de a perdoares? Tens a certeza que ela está mesmo disposta a fazer isso? — Baekhyun entendeu completamente a preocupação de Megan e não a julgava por pôr em causa o que a sua mãe dissera.

— Sim, já pensei nesse caso mas em principio amanhã saberemos se ela é mesmo capaz de o fazer.

— E tu? Estás mesmo certo de que é isto que tu queres?

— Porque não? Se não o fizer, estarei a pôr a minha vida em causa. Afinal, eu quero continuar aqui, quero continuar com a minha vida sendo uma pessoa saudável e não dependente de hospitais várias vezes por semana. Quero contruir um futuro contigo, ser feliz ao teu lado e, quem sabe, ter os nossos próprios filho para lhes contar um dia por tudo aquilo que nós já passámos.

Megan ficou em choque com a mudança repentina de discurso e como tinha ido parar ao aparente desejo nunca mencionados de Baekhyun querer ter filho consigo. Não era algo em que pensasse, mas qualquer casal quer que a relação dure e que dê frutos. Obviamente a garota não é exceção.

— Isso é a coisa mais bonita que alguma vez me disseram.

Baekhyun levantou-se e foi até bem perto de Megan, ajoelhando-se para puder encará-la.

— Sem ti, provavelmente não estaria aqui hoje e nunca teria coragem para fazer o que estou prestes a fazer. Obrigado, por tudo, Megan, do fundo do coração. Amo-te imenso.

Megan sorriu, emocionabdo-se um pouco com as palavras do mesmo. Beijou os seus lábios levemente e o abraçou.

Depois de tudo aquilo que já passaram, ambos tinham a certeza que mais nada os iria separar. Vai durar. Talvez para sempre.