12.º

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1 semana depois.

Amanhã vamos para a Tailândia.
Sinceramente? Nada mudou. Ele continua a ignorar-me como sempre me ignorou. Mas pelo menos não me trata mal.

As coisas com o senhor Dong-Sun e a senhora Sam não têm andado muito bem. Ouço-os a discutir muitas vezes durante a noite. Alto. Mas também não me vou meter nisso, não é? Já tenho problemas que chegue.

Conheci a mãe da Haneul. É uma senhora mais ou menos da idade do meu pai. Talvez mais nova. Aliás, parecia-me muito nova para a idade dela. E muito bonita. Igual à Haneul. E muito simpática também. Gostei muito dela.

A Haneul também está bem. Nunca mais falámos sobre a bolsa mas acho que ela ainda está a ponderar. Também está mais chegada ao Jimin, à Angela e à Emily. E eu estou a adorar que eles se dêem bem. E claro, ainda anda com aquela crush com o Sehun. É querido quando ela fica nervosa quando ele vem cá.

Estava no meu quarto a aproveitar para estudar um pouco. Já era quase fim de tarde e ainda tinha as malas por fazer. Iríamos três dias.

Eu até estaria entusiasmada se alguma coisa estivesse mudada. Eu até tinha vontade de ir para lá para finalmente termos algum tipo de relação. Gostava mesmo de me dar bem com ele. Porque tenho que viver com ele durante um ano e não quero ter um esgotamento nervoso.

Mas claro que preferia troca-lo e levar a Angela, o Jimin, a Emily e a Haneul. Mas não custa tentar não é?

Estava algum tempo parada numa questão que realmente me estava a moer a cabeça. E alguém bate à porta.

Pode entrar.

Queria falar contigo.

Ouvi a voz doce da Haneul quando entrou no meu quarto. Ela sentou-se na minha cama e virei a cadeira, encarando-a.

O que é que se passa?

Fui até à tua escola para saber da bolsa e disseram-me que lá para maio para fazer o exame e se passar, paga-me ainda algum dinheiro por mês — um pequeno sorriso se formou no seu rosto.

Então mas isso é muito bom. Vais fazer o exame não vais? Já estamos no fim de março.

Ainda não sei. Primeiro tenho que falar com a minha mãe.

Eu tenho a certeza que ela vai gostar muito. Não tenho nada contra mas este emprego não é para alguém da tua idade. És tão nova — tentei ter o maior cuidado possível com as minhas palavras.

Eu concordo contigo. Mas pronto, agora tenho uma oportunidade.

Tens toda a razão.

Eu tenho que ir ajudar a minha mãe com o jantar. Até já — levantou-se da cadeira, ajeitando a farda.

Até já.

Ela saiu do meu quarto e eu fiquei ainda um bocado a olhar para aquele exercício. É economia. Eu até gosto mas não é fácil. Uns minutos depois de eu estar a roer o lápis, alguém volta a bater à porta do meu quarto.

Entre.

Sou eu. Posso? — surpreendi-me ao ouvir a voz do Baekhyun. Virei-me para ele.

Podes.

Era para te perguntar se já tens as coisas prontas.

Mais ou menos. Esta noite arrumo o resto.

Não pode ser.

Porquê?

Porque vamos ainda esta noite.

O quê? Mas ainda tenho várias coisas para ter adiantadas por causa da faculdade.

Pois. Mas eu não posso fazer nada.

Bufei e voltei para o exercício.

Não estás a conseguir fazer?

Não...

Queres ajuda?

Mas tu...

Eu tirei o mesmo curso que tu. Acabei o ano passado.

Mas afinal tu tens quantos anos?

Vinte e quatro. Agora queres ajuda ou não?

Ele disse já um pouco impaciente. Ele deve ser bipolar.

Pode ser...

Ele aproximou-se de mim e esticou a mão. Dei-lhe o lápis e ele inclinou-se sobre a mesa, olhando para o exercício. Ele agarrou no meu caderno e começou a escrever. Não disse nada nem ele. Apenas escrevia. E eu olhava. Dois minutos depois ele deixou cair o lápis sobre o caderno.

Já está.

Olhei para ele e depois para o que ele tinha escrito. Aquilo estava mesmo certo e eu percebi aquilo com mais facilidade.

Obrigada. Tu és um génio.

Não era muito difícil.

Achas tu.

Ele olhou para mim durante um tempo e depois sorriu. Eu achei aquilo um pouco estranho. Nunca o vi sorrir. Ele apenas virou-se de costas para mim e foi até à porta.

Baekhyun...

Sim? — ele virou-se novamente para mim.

Porque é que estás assim comigo?

Assim como?

Assim. Simpático. Sempre me ignoraste ou me desprezaste.

Talvez tenhas razão. Não nos precisamos de dar mal só porque fomos obrigados a fazer isto. Acho que devemos ter uma boa convivência.

Achas que nos poderemos dar bem?

Talvez. Só o tempo o dirá.

Ele voltou a sorrir e saiu do meu quarto, fechando a porta. Claro que achei aquilo estranho. Mas, afinal, foi isto que sempre quis.

2 horas depois.

Depois de jantarmos, fui até à cozinha onde estava a mãe da Haneul. Precisava de falar com ela.

Então querida? O que estás aqui a fazer?

Queria lhe perguntar uma coisa.

Pergunta — ela ia arrumando a cozinha enquanto falávamos.

Queria saber o que acha do Baekhyun.

Ela parou as suas ações por breves momentos e depois virou-se por mim, apoiando-se na bancada.

Queres mesmo saber?

Sim.

Conheço-o desde que ele nasceu. Ele sempre foi uma criança feliz. Mas a mãe dele estragou-o. Sempre lhe impingiu a perfeição. Talvez foi por isso que ele se tornou assim. Ele não aceita que cometa erros. Ele é e sempre foi um ótimo rapaz. Mas precisa de compreendido e de encontrar alguém que o ajude.

A sério? Nunca pensei que fosse assim...

Mas é verdade. Aquela mulher é uma cobra. Ela despreza a minha filha mas já ouviu das boas de mim.

Nisso tem razão. Há qualquer coisa naquela mulher que não me cai bem. Aliás, eu acho que ela não gosta muito de mim.

Ela não gosta de ninguém, Megan.

Talvez o Baekhyun não tivesse culpa de ser como é. Talvez estas férias resolvam tudo. Pelo menos, eu espero.

Apostada | BaekhyunOnde histórias criam vida. Descubra agora