59.°

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O meu coração estava acelerado, sentia que já não podia correr mais, tanto pelo cansaço tanto pela preocupação porque fiz asneira, e da grande.

Aquela conversa com o Baekhyun trouxe-me certas memórias, mais especificamente da minha mãe, e custou-me ouvi-lo dizer que já não tinha mãe. No entanto, esqueci-me que ele tem todas as razões para o dizer, afinal uma mãe nunca faria uma coisa daquelas a um filho.

Ele teve toda a razão.

Depois de ele ter saído provavelmente triste e desiludido comigo, apressei-me a vestir um casaco e correr para fora de casa, à sua procura. Estou mais que preocupada, já que está doente e está muito frio a esta hora cá fora e ainda porque deve estar bastante magoado e não sei o que foi fazer nem para onde.

Liguei para o Dong-sun, mas pelos vistos ele não foi para a antiga casa, também liguei para o Kyungsoo mas ele diz que ainda não falou hoje com ele. Estava desesperada sem saber o que fazer nem onde procurar... até me lembrar de um sítio...

Se tivesse um carro seria bem rápido e fácil, mas como nem a carta tenho um sítio que poderia demorar dez minutos a chegar, demorei mais de meia hora, ainda por cima com um frio de rachar.

Assim que percebi que tinha chegado ao local, procurei por toda a parte algum sinal de que ele estivesse ali, mas não consegui notar nada. Estava prestes a desistir, quando me lembro exatamente do sítio em que ele estaria.

E não me enganei.

O sítio mais isolado do parque foi onde ele me pediu em namoro, e onde estava ele neste momento sentado, com os joelhos dobrados na direção do peito. Estava a chorar?

Observei o seu corpo e notei leves tremores pelos seus ombros. Aproximei-me das suas costas e retirei o casaco que vestia, colocando-o sobre si. Senti-o dar um leve pulo de susto, mais rapidamente me reconheceu.

— O que é que estás aqui a fazer? — o Baekhyun indagou, surpreendendo-me.

— Isso pergunto eu — caminhei devagar à sua volta, até ficar de frente para si. Agachei-me e encarei-o, ao que ele praticamente desviou o olhar — Está muito frio, não deverias estar aqui.

— Eu sei, mas precisava de estar sozinho — continuou sem me olhar diretamente, encarando o chão.

— Desculpa... foi por causa de mim que saíste daquela maneira — desisti de estar naquela posição e acabei por me sentar, não me importando com a relva molhada que provavelmente também me mancharia as calças.

— Não. Tu tens razão, apesar de tudo ainda tenho uma mãe — levantou o olhar e encarou-me, como se quisesse de alguma maneira tocar na minha alma. E foi o que aconteceu.

— Eu não queria dizer aquilo, de todo, não é verdade. Simplesmente exaltei-me e não queria magoar-te... — ele negou com a cabeça e suspirou — Se tu não quiseres ver a tua mãe, estás completamente no teu direito, por aquilo que ela te fez.

— Eu não sei... eu deveria falar com ela, não deveria? — questiona-me, franzindo o sobrolho.

— Sim, mas vamos com calma. Enquanto não te sentires preparado, não te obrigues a nada, tá?

Ele assentiu e a necessidade de o abraçar foi demasiado grande para me conter. Inclinei-me para si e abracei-o com uma certa necessidade e desespero, ele estava com uma carinha de quem iria chorar.

— Desculpa, desculpa mesmo. Amo-te — suspirei enquanto o abraçava com alguma força, ao que o ouvi soltar um riso nasalado.

— Também te amo, muito mesmo.

Apostada | BaekhyunOnde histórias criam vida. Descubra agora