Apostada | Baekhyun

9.º

Fui para o meu quarto depois do que tinha acontecido com o Baekhyun.

Ele estava com medo, eu percebi isso. Aquele diário deve esconder muita coisa. Mas eu não sou assim, são coisas dele e eu não me vou meter.

Sinceramente, não sei se casar-nos vai dar muito certo. Parece que a cada dia ele me odeia mais. E cada dia ele faz com que, aquilo que alguma vez poderia sentir por ele, talvez amizade, desapareça aos poucos.

As esperanças vão diminuindo aos poucos.

Estudei um pouco até à hora de jantar. O jantar foi um pouco tenso. O senhor Dong-Sun e a senhora Sam pareciam estar chateados e o Baekhyun também não disse um palavra. Até preferiu ficar no lugar da mesa mais longe possível de mim.

Mas ele não parecia estar chateado, que era o sentimento mais provável depois do que aconteceu de tarde. Parecia estar triste, no seu mundo. E percebi que ele nem comeu.

Depois do jantar fiquei preocupada com ele. Devem estar a pensar, mas que raio se passa contigo? Ele trata-te mal e ainda te preocupas com ele? Pois é, mas eu sempre aprendi que devemos sempre ajudar os outros, independentemente de qualquer coisa. Ele pode ser a pior pessoa à face da Terra. Mas eu não consigo ver ninguém assim. Sempre fui assim, e o meu pai sempre me ensinou a ser assim.

Então tive uma ideia que nos possa aproximar mais. Mas também pode ser completamente o contrário e nos afastar de vez. Eu só quero mesmo dar-me bem com ele, ser amiga dele. Já que vamos viver na mesma casa durante pelo menos um ano.

Desci para a cozinha e preparei-lhe alguma coisa para ele comer. Acabei por fazer uma sandes, um sumo e fruta cortada. Eu acho que ninguém recusaria. Eu não o faria.

Pus tudo em um tabuleiro e estava para levar para cima quando aparece o senhor Dong-Sun.

— Estás assim com tanta fome Megan?

— Isto não é para mim. Reparei que o Baekhyun não comeu nada e então vou lhe levar isto.

— Então quer dizer que já se estão a dar melhor.

— Nem por isso. Mas estou a tentar.

— O meu filho não tem uma personalidade nada fácil, eu sei. Mas vais ver quando se conhecerem melhor vais perceber que ele é uma ótima pessoa.

— Acredito que sim.

— És tão querida. Eu acredito realmente que tu és um anjo que veio para a vida do meu filho.

Ele sorriu para mim e depois foi para a sala. Ok... aquela conversa foi muito estranha. Aquilo que ele disse de eu ser uma anjo na vida dele... há qualquer coisa aqui me está a escapar.

Enfim, vamos esquecer isso. Levei então o tabuleiro nas mãos e subi as escadas em direção ao quarto dele. Depois, bati à porta.

— Sim?

Entrei e vi que ele estava no computador, o olhar estava fixado na tela e com uma das mãos a apoiar o queixo. E o seu olhar continuava triste. De repente, ele olhou para mim.

— O que é que estás aqui a fazer? Eu disse-te que não te queria voltar a ver aqui — ele disse calmamente.

— Não precisas de me ver. Só precisas mesmo de comer. Não comeste nada ao jantar.

— Agora és minha mãe, é? — ele levantou um pouco o tom.

— Não. Mas fiquei preocupada. Uma pessoa não pode ficar sem comer.

— Eu não te pedi nada. E não preciso da tua preocupação para nada.

— Tudo bem. Eu vou deixar isto aqui de qualquer maneira. Vai te dar a fome.