Capítulo 2

13.8K 1.3K 620
                                    

HAZEL ALLEN

O primeiro dia de aula sempre teve a tendência de ser inesquecível

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

O primeiro dia de aula sempre teve a tendência de ser inesquecível. No entanto, o que aconteceu hoje extrapolou os limites. Percebi que desde que acordei esta manhã, as coisas estranhas só pioraram — mas encontrar um aluno quase morto na escola foi um pouco extremo, devo dizer.

Eu estava irritada, parte porque, aparentemente, encontrar um quase cadáver numa área isolada da escola me tornava uma principal suspeita. Não importava quantas vezes eu tenha dito que o encontrei daquele jeito, nada os impediu de me trazerem para a delegacia, onde permaneci sentada na recepção, em um banco de couro velho, por mais de meia hora.

Eu só queria ir embora.

— Hazel Allen?

Uma voz rouca soou no ambiente, me fazendo erguer os olhos em sua direção. Encarei o delegado parado em frente a porta de sua sala, e suspirei antes de me levantar, sendo seguida pelos meus pais, e o diretor da escola.

Me sentei na cadeira diante à sua mesa, e o delegado sentou atrás dela, seu olhar preso ao meu como se quisesse me intimidar — que fofo.

— Então, Hazel… — Ele desviou brevemente o olhar para alguns papéis sobre a mesa, antes de retornar sua atenção para mim — Preciso fazer algumas perguntas.

— Está bem — Dei de ombros, despreocupada.

Talvez estivesse mais nervosa em ir à escola do que ser interrogada pela polícia.

— Quando exatamente você encontrou o garoto? — Ele começou, girando uma caneta entre os dedos, observando cada gesto que eu fazia. Ele saberia se eu mentisse.

— Estava em horário de almoço, eu saí do refeitório e fui para trás da escola. Levou alguns minutos até eu o encontrar. — Respondi, o que era verdade.

— O que foi fazer atrás da escola? — Questionou, arqueando uma de suas sobrancelhas.

Olhei de relance para meus pais perto da parede mais próxima, e respirei fundo antes de escolher contar a verdade — estaria encrencada em breve, mas resolvi arcar com as consequências.

Retirei minha garrafa de whisky do bolso da jaqueta e a coloquei sobre a mesa do delegado, cujo me encarou com o cenho franzido.

— Beber.

Eu disse, simplesmente. Não olhei para meus pais para ver suas reações, mas sabia que estavam muito provavelmente me fuzilando com os olhos. Decidi que lidaria com aquilo mais tarde.

— Quantos anos você tem, Hazel? — Ele se inclinou para frente, me analisando.

— 16 — Afirmei.

— Pela lei você é menor de idade, sabe que não pode ingerir bebidas alcoólicas — Franzi o cenho, soltando uma risada nasal.

— O foco aqui é o garoto que eu encontrei quase morto, não é? Então, deixe o sermão sobre álcool para os meus pais, por favor.

Dark Wish (Série Dark #1)Onde histórias criam vida. Descubra agora