Capítulo 67

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Estamos enterrados em sonhos quebrados
Estamos atolados sem um fundamento
Eu não quero saber
Como é viver sem você
Não quero conhecer
O outro lado do mundo sem você

THE OTHER SIDE; Ruelle

HAZEL ALLEN

Era como se, ao invés de sangue, houvesse cacos de vidro correndo por minhas veias

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Era como se, ao invés de sangue, houvesse cacos de vidro correndo por minhas veias. A dor era tão colossal que me fazia desejar a morte repetidamente, sempre que eu estava consciente, o que se tornou irregular.

Quando eu não estava apagada demais para sequer sentir os horrores que aconteciam comigo, eu estava desperta demais para conseguir até mesmo desmaiar, como se meu cérebro me obrigasse a suportar aquilo acordada, ciente de tudo.

Eu não sabia mais por quanto tempo já estava ali, poderiam ser dias, meses, até anos. Todos os dias pareciam uma eternidade e tudo que eu mais queria era que simplesmente acabasse, que me matassem logo e me poupassem de toda aquela merda. Afinal, eu já me sentia como uma morta-viva.

As refeições que me davam eram quase raras, e meu corpo passou a sobreviver a base de água e oxigênio que mal alcançava meus pulmões. Eu estava sempre sendo castigada por motivos que eu ainda desconhecia, porque nem mesmo toda a história medíocre que Dominic havia me contado, justificava alguma coisa.

Eu já não me encontrava mais na sala de torturas habituada no subsolo de onde quer que eu estivesse, havia sido transferida para o andar do porão, onde salas e mais salas eram disponibilizadas para Dominic executar suas ações doentias.

Agora, eu me via sentada no chão, com os braços erguidos e abertos separadamente acima da cabeça enquanto correntes me prendiam à parede atrás de mim, somando às algemas em meus tornozelos que me permitiam mover as pernas o quanto eu podia. O cômodo era semelhante a um banheiro, grande o bastante para que minha respiração fizesse um eco, com azulejos brancos que se estendiam desde o piso até as paredes e o teto; uma única janela, bem no topo de uma das paredes, iluminava parcialmente o lugar.

Um único ralo se encontrava no canto mais distante do cômodo, embora aquilo fosse a única coisa que lembrasse um banheiro. Não havia privada, ou pias, torneiras ou chuveiro, era um cômodo vazio, branco, que ameaçava me levar à loucura.

A porta de ferro a alguns metros de distância, possuía uma abertura retangular que possibilita a visão de quem se aproximasse do outro lado, a fim de averiguar como estava a prisioneira. Como se eu tivesse sequer alguma chance de escapar, nas circunstâncias em que eu me encontrava.

Meu corpo inteiro doía, as feridas abertas por facas preenchem cada espaço da minha pele, algumas já cicatrizadas, outras no processo, outras em carne viva. Não tive a sorte de morrer ainda porque garantiram que uma das bruxas pusesse um feitiço de resistência em meu corpo, e que os cortes não fossem profundos, não depois das facadas que o maldito clone do Asen havia me dado.

Dark Wish (Série Dark #1)Onde histórias criam vida. Descubra agora