Capítulo 40

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RICHARD ALLEN

Quando vim para os Estados Unidos não imaginei que meus dias aqui se resumiriam em uma garota misteriosa e irredutível por quem meu coração iria ficar completamente caidinho

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Quando vim para os Estados Unidos não imaginei que meus dias aqui se resumiriam em uma garota misteriosa e irredutível por quem meu coração iria ficar completamente caidinho.

Não estive com muitas garotas na Inglaterra, nem mesmo me apaixonei por nenhuma delas. Sim, gostei de algumas, mas nada que me fizesse insistir mais do que atleta em busca de medalha olímpica.

De certa forma, admito que estou pagando com a língua todas as piadas que direcionei à Nikolai e Asen sobre serem uns malditos cachorrinhos daquelas meninas.

Parabéns, Richard Andrew Allen, você se tornou um deles.

Mas, ao contrário da minha situação, Lana e Hazel correspondem ao sentimento dos caras que babam por elas vinte e quatro horas por dia.

E eu? Não tenho ideia se o que estou tentando com Luna Cameron é algo que valha a pena — ou se sequer é algo recíproco.

Mesmo assim, me recuso a desistir quando a bad girl não poupou fôlego ao me desafiar explicitamente nesse joguinho sujo que estávamos fazendo. Ela é casca dura, fria, indecifrável, e nunca sei quando está sendo irônica ou não, mas não consigo silenciar o sussurro que ecoa de dentro dela e que me diz que aquela máscara apenas esconde quem ela é de verdade.

E embora ela lute bravamente para manter sua armadura intacta, sei que em algum momento ela irá vacilar, e nesse segundo de vulnerabilidade, ela me deixará entrar.

Queira ela, goste, ou não.

Estou mais uma vez na Hellraiser, assumindo meu posto na missão quase impossível de fazer com que Luna finalmente ceda às minhas tentativas intermináveis de conquistá-la. Ainda que eu esteja ciente de que ela esteja mais do que se divertindo com tudo isso e apenas queira me ver suar, não deixo de ansiar pelo momento em que dará um fim à minha agonia.

Ela é a primeira pessoa que avisto ao entrar no bar, encostada contra o balcão enquanto ri sobre algo que o barman acaba de lhe dizer. Tento obrigar meu subconsciente a não sentir ciúmes por algo tão trivial, mas estou fadado à esse sentimento possessivo devido à minha personalidade territorial nada saudável.

Caminho até lá, vendo quando o barman se afasta para atender outra pessoa, e me aproximo de Luna sorrateiramente, a surpreendendo quando me sento na banqueta ao seu lado. Ela me avalia, arqueando uma sobrancelha antes de levar o copo de bebida aos lábios, tomando um gole demorado.

— Pensei que não viria hoje — Comentou, pousando o copo sobre o balcão.

— Significa que sentiu minha falta? — Provoco, sorrindo de lado.

Luna não responde, o que não me surpreende nem um pouco. Apenas esbanja um sorriso indecifrável que não me dá espaços para deduzir seus pensamentos. Nunca sei o que está pensando, ou sentindo, assim como nunca sei o que suas respostas silenciosas querem dizer.

Dark Wish (Série Dark #1)Onde histórias criam vida. Descubra agora