|ESTA OBRA É UM DARK ROMANCE|
Asen só almejava uma coisa ao finalmente conquistar sua liberdade: vingança.
Um propósito; um plano; uma prioridade.
Ele só não esperava conhecê-la; e nem que isso mudaria cada um de seus maiores objetivos.
Um vampir...
Você me destrói e me reconstrói, acredito, acredito (...) Minha vida, meu amor, minha motivação, elas vieram da dor Você me fez, você me fez acreditar.
BELIEVER; Imagine Dragons
• ASEN KONAN
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Encarei o rosto tão conhecido à minha frente e grunhi, não devido a dor — não apenas —, mas devido ao ódio genuíno que corria por minhas veias sempre que olhava para aquele mesmo rosto.
Jamais o esqueceria, estava gravado em minha mente como uma maldita tatuagem, escrito em uma promessa de morte — uma promessa de vingança.
Todos esses anos passando pela mesma merda, todos esses anos a história se repetindo, a maldita rotina, o ciclo vicioso que nunca consegui quebrar. Assim como essas correntes; nunca consegui quebrá-las, nunca consegui impedir que fizessem o que estão fazendo comigo.
Expirei, desviando o olhar para o chão quando as chicotadas cessaram, espremendo os olhos ao me obrigar a desligar a mente, torcendo para que meu cérebro não absorvesse completamente a dor que estava sentindo. Já estava acostumado, sabia o que tinha que fazer.
As chicotadas eram o menor dos meus problemas, muita coisa pior viria pela frente, eu sabia que sim. Se minhas contas estavam certas, ainda era manhã, e um dia com vinte e quatro horas demorava para ter fim — ao menos os meus dias.
— Você tem resistido bem, Konan — A voz irritante de sempre se pronunciou, mergulhada no mais puro escárnio — Não chorou dessa vez.
Cuspi em seus pés, sentindo minhas forças se esvaindo conforme o resto das poucas gotas de sangue que me deram mais cedo, deixavam o meu organismo.
— Vá se foder.
Rosnei, como uma besta selvagem faminta, que era o que eu vinha me tornando a cada dia que passava nesse maldito calabouço. Todos os dias eram os mesmos, todas as noites as mesmas, e tudo que me mantinha vivo era, além das gotas de sangue, a minha sede por vingança.
Eu ainda saíria, não importava as circunstâncias.
— Sua boca suja não vai te levar à lugar algum, rapaz — Ralhou, debochando — Ele não vai gostar nada de saber que seu menino anda se malcriando.
Ergui o queixo bruscamente, apagando rapidamente a faísca de dor que atingiu meu cérebro pelo movimento feito, e encarei aquele par de olhos azul-gelo que eram tão idênticos aos meus, aos do nosso criador.
