|ESTA OBRA É UM DARK ROMANCE|
Asen só almejava uma coisa ao finalmente conquistar sua liberdade: vingança.
Um propósito; um plano; uma prioridade.
Ele só não esperava conhecê-la; e nem que isso mudaria cada um de seus maiores objetivos.
Um vampir...
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Eu estava correndo rápido demais, percebi; havia um silêncio fúnebre ao meu redor, sendo interrompido apenas pela minha respiração ofegante e entrecortada. O porquê de eu estar correndo ainda era um mistério, mas meus pés descalços protestavam sobre o asfalto gélido a cada passo que eu avançava. Meu coração rugia em meus ouvidos, deixando-me zonza e vulnerável.
Talvez não importasse mesmo o motivo de eu estar fugindo como o diabo foge da cruz, eu só sabia que precisava correr, e por isso eu continuei. Estava mais frio que o habitual, a rua parecia estar sendo engolida por uma névoa densa que dificultava a minha visão, mas aquilo também não me impediu. Nuvens grossas e cinzentas se formavam no céu, fechando completamente o tempo de uma forma assustadoramente encantadora — mas aquilo também não importava no momento.
Eu queria parar, queria tomar um longo fôlego e me recompor, mas eu me assemelhava a uma máquina ligada ao automático, sem controle de desligar. Eu corri, corri, corri, lutando contra os protestos dos meus músculos, contra a dor sufocante em meu peito, e ofeguei cada vez mais rápido.
Arquejando, senti que algo roçava em meus tornozelos. Estava prestes a gritar quando então notei que se tratava da saia do vestido que eu usava — não qualquer vestido, mas um de outra época, completamente distinto de todas as roupas que existiam hoje em dia. O espartilho branco, tal como a saia, se ajustava perfeitamente em meu tronco, muito embora os fios que o amarravam em minhas costas, agora passassem a voar devido ao frio e a velocidade com que eu corria.
Eu balancei a cabeça, completamente desnorteada, com tantas perguntas se formando que ameaçava explodir minha mente. Eu não podia pensar nisso agora, eu precisava continuar correndo, era o que o meu subconsciente dizia.
Alguma coisa se moveu às minhas costas, e eu soube que estava sendo seguida. Olhei para trás e avistei uma silhueta masculina, tão rápido quanto um relâmpago, disparando em minha direção como se eu fosse sua presa — talvez eu fosse.
Por que eu estaria fugindo dele, afinal?
Não tive tempo de descobrir, não conseguia parar de correr, e agora eu realmente não queria. Eu acelerei meus passos quando o senti se aproximar, mas não me atrevi a me virar. Grunhi quando a sola dos meus pés latejaram, e tropecei, não indo ao chão por pouco. Os passos atrás de mim ecoavam com mais força, mais alto, mais perto, e não tive coragem de olhar para trás.
Mas então ouvi sua voz, grave e estridente o suficiente para tremer o chão — seu tom era furioso e violento, e meus ossos estremeceram um por um com aquele som terrivelmente poderoso, quando ele rugiu:
— Não pode se esconder de mim!
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Sobrassaltei, assustada, despertando-me completamente; olhei ao redor, e suspirei de alívio com o conhecimento de que eu ainda estava em meu quarto. Não estava sendo seguida, nem muito menos havia um vestido medieval em meu corpo, apenas uma camisola velha que eu tinha desde os treze anos.
