Capítulo 55

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E o que diabos a gente era?
Não me diga que éramos apenas amigos
Isso não faz muito sentido, não
Mas eu não estou magoado, estou tenso
Porque eu ficarei bem sem você, amor

FRIENDS; Chase Atlantic

ASEN KONAN

FRIENDS; Chase Atlantic•ASEN KONAN

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Hazel estava devastada.

Com o desaparecimento de sua mãe e a perda completa de sua casa, as coisas não poderiam ficar piores. Não sobrou absolutamente nada para recuperar de sua antiga residência, deixando Hazel quase sem moradia se não fosse pelo seu pai, que obviamente não lhe negou abrigo.

O problema mais pertinente era a polícia; não havia como despistar as autoridades quando a notícia da explosão já havia se espalhado devido à imprensa. Nikolai havia conseguido contornar metade da situação sobre o sequestro, apagando minimamente qualquer informação que tivessem sobre isso.

Por agora, ninguém sabia que Richard Allen e sua mãe estavam desaparecidos — ou que foram sequestrados por um clã de vampiros.

William Allen parecia estar tentando manter a compostura por sua filha, mesmo que fosse compreensível caso ele decidisse surtar. No entanto, ele não o fez, colocando a dor de sua filha sobre a sua, e esquecendo completamente de si mesmo. Ele era um bom pai — era o que bons pais faziam.

Havia se passado um dia, um único dia depois da explosão e sequestro da família de Hazel, e já foi o suficiente para causar um estrago quase irreversível. Vi com meus próprios olhos os restos do que deveria ser sua casa, e não havia mais nada além de cinzas e ruínas. Vi o rosto de Hazel quando ela desmoronou nos braços do pai, ouvi seu choro contido e senti a dor dela quando suas emoções explodiram a céu aberto.

Eu não consegui fazer nada; não sabia o que dizer ou como agir, como consolá-la. Não sabia se podia também.

Por um segundo, o momento da noite anterior havia sido apagado. Como se o que aconteceu entre Hazel e eu, simplesmente não passasse de um sonho distante. Minhas memórias ainda estavam apagadas, e meus sentimentos por Hazel — ou falsos sentimentos — não haviam mudado. Mesmo que eu tentasse a todo custo, mesmo que eu forçasse uma reaproximação, não fazia sentido.

Eu não conseguia sentir o amor que Hazel dizia que eu sentia por ela; não me sentia apaixonado, ou intimamente próximo dela. Para mim, ela ainda era a garota humana que eu queria matar, a portadora do sangue que eu mais desejava.

E embora meu corpo ainda se lembrasse dela, Hazel tinha razão: não havia motivos para forçar simpatia, porque eu ainda a odiava. Havia voltado para a estaca zero, e não conseguia sentir nada além disso.

Não sabia como me apaixonar por ela de novo.

Mesmo assim… mesmo assim ainda me sentia estupidamente culpado, porque não conseguia consolá-la, não conseguia abraçá-la e dizer que ficaria tudo bem. E mesmo que eu a odiasse — no momento — eu entendia que havia um Asen aqui dentro que a amava, que morreria e mataria por ela.

Dark Wish (Série Dark #1)Onde histórias criam vida. Descubra agora