Capítulo 18

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HAZEL ALLEN

Não sabia há quanto tempo estava deitada na cama enquanto encarava o teto, revivendo repetidamente as memórias do dia anterior como um loop infinito ou um CD arranhado

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Não sabia há quanto tempo estava deitada na cama enquanto encarava o teto, revivendo repetidamente as memórias do dia anterior como um loop infinito ou um CD arranhado.

Era impossível não pensar em tudo que havia acontecido ontem, desde o Asen, até o momento em que conheci o meu irmão gêmeo. Gêmeo. Eu tinha um gêmeo, vivo, e nem mesmo sabia da sua existência; estive vivendo às cegas por longos dezesseis anos enquanto meus pais escondiam de mim o fato de que eu não havia nascido sozinha.

Uma parte de mim lutava para entendê-los e não me sentir ressentida por esconderem isso de mim, mas a outra... conseguia sentir a raiva crescendo dentro de mim sempre que me lembrava. Sempre que a realidade de tudo isso me atingia em cheio; não é apenas um segredo comum que não me diz respeito, é uma puta mentira guardada durante toda a minha vida.

Precisava pensar com clareza, não podia ser dura com eles mesmo estando com raiva; não iria confrontá-los ainda, mas, não ficaria sentada sem procurar respostas de toda essa bagunça. Como meus familiares nunca me contaram uma coisa dessas? Tantos anos sentando à mesma mesa no Natal, tantas visitas quando eu era criança e ninguém nunca pensou em me dizer nada?

Talvez não fosse problema deles, talvez estivessem respeitando meus pais, mas, como eu nunca soube a verdade?

Suspirei, saltando da cama abruptamente e indo até a porta, caminhei pelo corredor até as escadas e desci metade dos degraus silenciosamente, conseguindo ver minha mãe sentada no sofá enquanto assistia à TV.

Voltei a passos gatunos e atravessei o corredor até o quarto da minha mãe, entrando cautelosamente antes de fechar a porta às minhas costas. Andei até o armário do outro do quarto e abri sem cerimônia, me lembrando claramente da madeira solta que havia no piso, a mesma que eu vi há anos quando brincava de esconde-esconde quando criança.

Não achei ser nada demais, mas não posso culpar meu eu de dez anos atrás por ser tão ingênua. Agora, estava na cara do que aquilo era, e não hesitei antes de me sentar no chão do armário e retirar a madeira solta, encontrando o que eu temia encontrar; evidências.

Esse tempo todo as respostas estavam embaixo do meu nariz e eu não fazia ideia.

Coloquei a madeira de lado e engoli em seco, tirando do buraco o que parecia ser uma caixa de carvalho. A respiração ficou presa em minha garota conforme eu encarava as iniciais que eu desconhecia desenhada sobre a tampa da caixa.

A.A.

Franzi o cenho, analisando o objeto sem fechadura ou sequer cadeado, um grande descuido para quem estava escondendo com tanto afinco.

Dark Wish (Série Dark #1)Onde histórias criam vida. Descubra agora