Sorry

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431 Natoma Street, San Francisco CA

- Eu não quero ouvir! Não quero saber!

O barulho da porta batendo veio depois dos gritos.

Uma mulher cansada e visivelmente enfurecida dentro de um quarto.

Alguém do lado de fora bateu.

- Regina, por favor!

- Vá embora, Elsa!

- Abra essa porta e fale comigo!

Num rompante a porta se abriu e a loira deu um passo para trás temendo o olhar de Regina saindo do quarto como uma fera.

- Falar o quê?! - gritou encarando Elsa.

- E-eu sinto muito...

- Não diga sinto muito! - gritou batendo a porta atrás de si caminhando a passos pesados até a cozinha do apartamento seguida por uma Elsa amedrontada.

- Deixe-me contar...

- Para! - virou-se mais enraivecida interrompendo - Eu não quero ouvir, não quero saber!... - pegou um copo d'água e era visível seu nervosismo no tremor das mãos e o rubor do seu rosto, deu uma golada e recuperou o fôlego - Elsa... Eu já ouvi tudo isso antes, poupe-me desse teatro de novo!

- Perdoe-me... - murmurou a loira e Regina deu uma gargalhada irônica, grave e Elsa temeu que fosse ser atacada a qualquer momento.

- Não peça perdão!... Não aja como se eu fosse idiota!

- Quer que eu vá embora? - Elsa tinha um olhar pidão e ainda acreditava que a namorada mudaria de ideia no último segundo.

- Se vai dizer que se preocupa que eu fique sozinha nesse estado... - Regina havia assumido uma postura mais firme que o descontrole do início - Então, sim! Eu quero que vá... Eu posso tomar conta de mim mesma. - ela sentou-se e cruzou as mãos sobre a mesa sem olhar para Elsa parada na porta esperando uma oportunidade de se explicar. Com aquele silêncio, a loira deu um passo adiante e voltou a falar de maneira baixa e devagar.

- Regina, eu nunca tive a intenção de magoar você... - percebendo a apatia da outra, Elsa aproximou-se mais um passo - Aconteceu tudo tão rápido e sem compromisso e quando dei por mim... - parou como se pensasse no restante da frase - ... Não tem importância! Nada do que houve tem... Você é importante pra mim! - pausou esperando que Regina reagisse, mas não, ela apenas estava sentada inerte - ... Por favor, eu não quero que as coisas fiquem assim...

- Não suporto mais isso, Elsa... - balbuciou num tom cansado - Mais uma vez você me decepciona e ainda está aí tentando se justificar... - voltou o olhar para Elsa e uma lágrima desceu calma pelo rosto avermelhado - Economize sua saliva, dessa vez você foi longe demais...

- Mas Regi... - a loira fez menção de se aproximar mais, porém foi bruscamente interrompida por um tapa na mesa.

- Cale a boca! - Regina levantou-se num rompante causando medo na loira à sua frente - Eu ouvi suas mentiras e todas as suas histórias! - o tom subia à medida que Regina falava e cada vez mais alto - Não se explique, qualquer coisa que diga é conversa fiada e eu estou cheia disso! Chega, Elsa!

Regina parou por um segundo e percebeu o quanto estava descontrolada. Sua respiração descompassada e o peito arfante mostravam o nervosismo que tomou conta de si. A outra, ali, parada na sua frente, não moveu um músculo, não saberia dizer se Elsa estava com medo ou ainda insistiria em explicar-se. A morena olhou diretamente para ela e resmungou entre os dentes.

- Vá embora, Elsa... - tudo bem devagar, a voz grave, rouca e completamente descontrolada. Seus dedos agarraram-se ao encosto da cadeira mais próxima e neles ela depositou toda a raiva, apertando com força até os nós perderem a cor.

Rebel HeartOnde histórias criam vida. Descubra agora