Love don't live here anymore

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Fugir não teria sido uma boa decisão em outra circunstância. Regina sabia disso. Naquele momento era só o que pensava em fazer. Precisava entender os sentimentos que tentavam dominar seus pensamentos e seu corpo. O interesse por Emma era algo que agora tomava uma forma mais nítida que uma pequena brincadeira. Ela também entendia que a loira caminhava pelos mesmo rumos daqueles sentimentos.

Regina era tomada pela confusão e ansiedade. Depois que Marco a deixou no hotel precisou de algum tempo calada na reclusão da sua suíte. Mesmo que o celular vibrasse todo o tempo ela não queria falar ou ver ninguém, muito menos responder perguntas e dar explicações. Robin e Emma.

A sobrinha pela curiosidade em saber das novidades do lançamento do álbum novo da cantora. Emma pelo sumiço dela sem mesmo avisar. De qualquer forma, Regina só queria um pouco de paz. Tirou o vestido e jogou-se na cama completamente exausta. Olhava para o teto. Massageou as têmporas devagar e foi fechado os olhos devagar tentando se concentrar.

De onde havia saído aquele sensação de bem estar e vontade de ficar mais perto de Emma?

A relação entre elas era profissional, uma cumplicidade que Regina entendia que poderia acontecer mais cedo ou mais tarde, afinal trataria da vida da loira, mas daí a imaginar que isso pudesse se tornar algum tipo de desejo ou interesse além do trabalho que vinham fazendo. Por um segundo pensou ser mais fácil ter uma personagem histórica para pesquisar, prático por não precisar ter aquele tipo de contato que a colocasse em evidência ou em atrito com o próprio objeto de pesquisa.

Por algumas vezes temeu por algo que causasse desconforto entre elas. Emma era uma mulher firme nas suas palavras e decisões, assim como Regina também se mostrou quando foram apresentadas pela primeira vez. Encontrou uma alma mais atormentada na loira e um coração mais acuado dentro do seu próprio peito com a aproximação delas ao longo dos dias de convivência.

Isso assustava Regina.

Virou-se na cama, de lado, observava qualquer ponto do quarto.

O que aconteceria se houvesse um beijo? E se daquele beijo houvessem outras atitudes?

Como as pessoas veriam o seu trabalho e como ela mesma conseguiria dominá-lo depois disso?

Sentou-se lentamente na cama e fez aquele gesto que tanto gostava. Os dedos dos pés no tapete que trazia relaxamento, mas nem isso agora poderia acalmar seu coração tão angustiado com aquelas questões.

O celular havia parado de tocar. Robin e Emma cansaram-se de tentar.

Levantou-se calmamente, precisava de um bom banho, dessa vez aproveitaria um pouco mais. Foi até o banheiro e abriu as torneiras da banheira enquanto escolhia a essência, de relaxamento, casou houvesse seria o ideal. Estava com sorte! Regina sorriu vendo o pequeno frasco de hortelã com limão, abriu e puxou o ar devagar sentindo o cheiro bom. Sorriu.

Voltou até a ante sala da suíte e abriu uma garrafa de um Cabernet Chileno, cortesia do hotel, enchendo uma taça sem muita medida. Precisava beber um pouco para que seu corpo cedesse ainda mais e ela pudesse ter uma noite de sono tranquila. A cabeça girava em pensamentos desde que saiu da festa na Swan Company. Era impossível livrar-se de tantos e todos eles somente deitando-se e ouvindo celular vibrar a todo momento.

Deixou a taça próxima a banheira, terminou de despir-se sem muita pressa, a água estava numa temperatura muito agradável e foi só salpicar algumas gotas da essência e logo entrou. Com cuidado, foi entrando e deixando-se envolver por inteira, até que sentiu-se à vontade para reclinar a cabeça. Conferiu se a taça de vinho estava ao seu alcance e aspirou mais uma vez o cheiro bom da essência relaxante.

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