Oh Father

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16 de novembro de 2018, sexta-feira

Começar uma turnê mundial é realmente um grande frenesi. O calor da ansiedade por saber o que vai acontecer dali por diante e todas as datas e horários que serão cumpridos a partir do momento em que se sobe pela primeira vez no palco. Porém, nada disso se parece com o último show. Todos os erros e acertos provavelmente já aconteceram e tudo vai ficando cada vez mais distante onde o cansaço se aporta. Um cansaço com gosto de satisfação. Além de todas as sensações de percorrer tantos países e ser assediada por tantas milhares de pessoas tão de perto, nada disso também pode ser comparado ao momento de subir ao palco na última noite de espetáculo na cidade onde nasceu.

TD Garden - 20h

- Enfim, em casa!... Boa noite, Boston!

Emma subiu ao palco da arena TD Garden em meio ao vozerio forte, muitas palmas e seu nome ecoando pelas fileiras do público. Banda e bailarinos, luzes e fumaça. Emma se movimentava por toda a extensão da catwalk e seu sorriso aumentava a cada rosto que conseguia se conectar, milhares de rostos e todos eles voltados apenas para um único ponto: a menina que saiu de Boston para cantar na noite de Nova Iorque, conseguiu seus quinze minutos de fama.

A menina loira de olhos verdes que ganhou seu violão aos 6 anos de idade tinha se tornado uma estrela. Por vinte anos Emma Swan percorreu o mundo e teve seu rosto e palavras reproduzidas e acessadas por um número de vezes incalculável. As várias versões da filha de David Swan Nolan convergiam em uma única que era capaz de revisitar sua casa algumas vezes e em todas elas sempre se sentir à vontade e brilhar.

Baron naquela noite decidiu que se daria um tempo de folga e acompanhou a família de Emma que estava na frente do palco, David e seu irmão James, juntamente com Neal, primo de Emma que havia levado a esposa Mary.

A tarefa de monitorar o backstage ficou nas mãos de Ruby e Regina gostava de como a moça conseguia guiar toda a equipe como uma orquestra excepcionalmente afinada. O tempo, luzes, som, entradas e saídas de bailarinos, as introduções das músicas, cabine de som oposta ao palco e a comunicação constante com todos os diretores do espetáculo.

- A competência dela é fantástica... - disse a morena, Belle ao seu lado sorria vendo o mesmo que Regina, a secretária executiva gesticulando com dois técnicos de iluminação.

- Trabalhar com Ruby é ao mesmo tempo fácil e difícil... - respondeu a assistente de Regina - Fácil porque ela é assim e nos leva junto, mas o difícil é manter o padrão de exigência dela.

- Ah, não tenho dúvida disso, Belle... E você não precisa se preocupar com isso!

Depois de um tempo nos corredores, Regina voltou para a ilha de edição do documentário, Henry falava o tempo todo com sua equipe através do celular.

Quando o primeiro bloco de músicas chegou ao fim, Emma correu para o ponto de troca de figurino. A música estava nos acordes finais e ela seguiu para a lateral do palco. Três minutos depois ela voltou para o centro da catwalk entrando na próxima música ladeada pelos bailarinos.

Para Marsha Elliot, Emma tinha no seu caminho a estrela que a levaria até onde está. O pequeno palco da Night 76, em Nova Iorque, foi o microcosmo que levaria a menina de Boston à fama. A dona da casa de shows conta que Emma Swan tem uma ligação íntima com aquele universo, desde jovem, a loira mostrava sua intimidade em estar diante de um público, mesmo que pareça tão tímida às vezes. A senhora Elliot foi a primeira patroa, primeira figurinista e primeira fã de Emma, como ela mesma gosta de frisar. Esteve ao lado de Emma por algum tempo até que assinasse seu primeiro contrato e se mudasse para Los Angeles. Foi nesse período que Marsha e Emma perderam Tony, o amigo mais próximo da cantora no início da carreira e que compôs alguns sucessos do primeiro álbum da loira.

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