Nothing Really Matters

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Apesar de todas as histórias que as imagens traziam sobre a infância de uma menina solitária criada em Boston, Regina tinha ainda que lidar com a parte técnica de seu trabalho. O conto de fadas precisava da história do personagem principal e o que era realmente o produto que venderia páginas e páginas sobre Emma Swan.

Logo chegaram alguns arquivos da Swan Company separados especialmente para ela onde haviam informações e contatos das principais pessoas que participaram ativamente da carreira de Emma desde seu início em 1999. Gravadoras, emissoras de rádio, televisão, jornalistas, produtores, músicos, professores de canto e mais uma infinidade de gente que ela não fazia ideia de quem seriam, mas que ela teria que buscar por relatos ou, ao menos, uma frase que fosse para incorporar aos seus textos.

Suas idas e vindas entre o hotel e a mansão eram diárias e notou que Emma estava mais distante naqueles dias, mesmo que não tivesse passado uma semana completa, a loira não estava em casa nas suas últimas visitas, apenas Ruth, a copeira, estava por lá ajudando como poderia e, às vezes, Ruby aparecia para dar-lhe auxílio com alguma informação necessária.

- Será um tempo mais complicado para ela e vamos estar fora o tempo todo até que abril comece. - as duas estavam na biblioteca enquanto Regina escrevia algo na sua agenda e Ruby gesticulava ao seu lado conferindo sua caderneta - Já preparei um itinerário de todo o mês e logo você receberá por e-mail, prefiro que o escritório faça isso por todos nós, até eu mesma acabo recebendo! - sorriu vendo que Regina tentava acompanhá-la - Não se preocupe... - pausou e aguardou a escritora olhá-la de volta.

- O que foi? - Regina ficou confusa com o a parada repentina de Ruby.

- É uma rotina bem agitada, Regina, mas vamos conseguindo administrar tudo! - disse animada - Você parece ser bem calma e observadora...

- Faz parte do trabalho! - respondeu Regina deixando a agenda - Ruby... Em algum momento eu vou entrevistar você, Baron e todos os outros da equipe mais próximos à Emma... Então, para que não seja tudo tão formal, podemos fazer isso de maneira natural? - Ruby franziu o cenho tentando entender e Regina foi direta - Emma sempre é arredia quando fala da família?

A secretária de Emma respirou fundo e deixou sua caderneta fechada sobre a mesa encostando-se nela em seguida. Olhou Regina em silêncio e ponderou.

- Bom... Em alguns dias é o aniversário dela... - Regina ouvia atenta e deixou que a moça falasse - Você não verá parentes próximos ou o pai dela, por exemplo... Ela falou sobre a mãe?

- Só disse que faleceu...

- Pois é, ela não gosta muito de falar sobre isso, mas se for com calma talvez se abra... - Ruby baixou os olhos e pensou um pouco antes de falar novamente - Eu sei que é muita informação para reunir em um livro e as pessoas vão dizer muitas coisas, mas Emma quase nunca é ouvida da forma que gostaria. E isso sou eu que estou dizendo, o que eu sinto sobre ela.

Regina percebeu em Ruby uma fidelidade incomum e comoveu-se com aquilo, talvez fosse uma boa amiga ou apenas uma funcionária exemplar. Mesmo assim insistiu na sua curiosidade.

- E eu poderia tentar falar com o pai dela? - ao ouvir a pergunta a secretária riu.

- Se conseguir sobreviver a meses de preparação para apresentações, entrevistas e shows ao redor do mundo, seu prêmio será um almoço na cozinha do David! - apanhou a caderneta e foi deixando Regina na biblioteca com uma interrogação na cabeça.

- Do quê Ingrid morreu?!

- Converse com ela, Regina!... - fechou a porta e se foi.

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