Rebel Heart

Into the Groove

Todas as cadeiras do anfiteatro foram retiradas e apenas uma mesa para quatro pessoas colocada na frente do palco. Disponível pelos cantos do salão estavam garrafas d'água, toalhas e bancos. Lá fora, uma fila se formava na recepção da Swan Company. Naquela dia as aulas de música foram suspensas e apenas o serviço administrativo aconteceria no andar superior. No lugar dos alunos, haviam dançarinos e suas sapatilhas, surradas ou novinhas, cabelos bem penteados ou cheios de tinta, mas todos eles ansiosos por se apresentarem para a professora Mary Margareth Blachard, um nome conhecido no show business que contava com criações para a Broadway e até mesmo presença no famoso Le Cirque du Soleil.

Baron já estava na sua sala com Eddie e outros dois produtores fechando mais alguns contatos e benefícios que precisavam para os acordos e agendas da empresa. Ele participaria da atividade principal do dia e tinha que adiantar-se assim como Ruby. A secretária amanheceu no anfiteatro conferindo se as fichas dos inscritos estavam todas organizadas, ela e a equipe de comunicação ainda enviaram o release do dia para Emma na noite anterior. Seria um longo dia, daqueles que terminariam tarde, com um cansaço sem fim, mas um dia muito produtivo.

Mary Margareth chegou uma hora antes do previsto. Andou entre os bailarinos ainda fora da Swan Company cumprimentando alguns que já conhecia e desejou sorte a todos os que esperavam. Parecia tensa, mas nada de tão alarmante, segundo Ruby era sempre assim que ela se comportava quando trabalhava para Emma. A coreógrafa era fã da cantora antes de começarem a trabalhar juntas e dedicava-se ao máximo para realizar seu trabalho durante as performances que criava para a artista.

Regina aproveitou que o dia começou cedo na empresa, logo que deixou o hotel foi direto para lá e ficou perambulando pelos corredores, pelos bastidores da Swan Company. Era dia das audições dos bailarinos que fariam parte da turnê de Emma Swan.

- Trabalhar para ela é como um viver um sonho, sabe? Eu sei todas músicas, tenho todos os álbuns então meu trabalho vem fácil, é como se eu a conhecesse desde sempre!

A escritora ouvia as pessoas, suas impressões e comentários sobre a loira. Os relatos de Mary Margareth foram bem engraçados, uma fã que tornou-se funcionária da própria ídola. Regina achou muito divertido poder ouvi-la e não a perdeu de vista. E a coreógrafa gosta de falar, isso é um fato! Baixinha, olhar sempre muito vivo e sorriso fácil, a mulher caminhava pelo salão do auditório e organizava sua playlist enquanto falava e falava.

- Eu já tenho ideia do quê fazer e como fazer! É um show de lembranças, afinal Emma vai comemorar sua carreira, nada mais justo que as coreografias mais icônicas sejam revisitadas!

- E Emma é uma boa bailarina?! - Regina perguntou de forma simples, casual. Não reparou que Mary deixou o que fazia para olhá-la de modo estranho, só quando não ouviu a voz da mulher que Regina prestou atenção nela e viu a coreógrafa parada na sua frente muito séria - O que foi?!

- Você já foi a algum show de Emma Swan? - a pergunta de Mary veio tão inquisidora, foi como se perguntasse se Regina havia matado alguém.

- N-não, mas...

- Regina, Emma dança em momentos específicos. - disse solenemente com uma postura firme - Ela deixa que os bailarinos façam o trabalho no palco e por isso é que escolhemos os melhores aqui hoje!... Se Emma é uma boa bailarina?! Claro! Mas exibe-se em apenas alguns momentos do espetáculo, ela interage mais com o público, canta o tempo todo e até se mostra tocando violão... - de repente ela alertou-se - Quem sabe esse show ela toque piano!

- Ela também toca piano... - murmurou Regina admirando-se ao lembrar da loira no dia que a viu tocar o outro instrumento ao que Mary respondeu de imediato.

- E muito bem! É maravilhoso vê-la tocar!

A escritora viu que conhecia mesmo pouco de Emma, precisava estudar mais sobre a loira e escrever ainda mais sobre tudo o que já tinha em mãos. Pensava num início de abertura para a biografia, uma apresentação sobre Emma compilando todas aquelas primeiras experiências e impressões que obteve em um mês de trabalho.