I fucked up

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Por mais que Kristin quisesse saber o que havia deixado Regina tão perturbada de repente, ela não quis sobrecarregar mais ainda os nervos da amiga. Aquela conversa ficaria para depois, por hora, apenas a deixou em casa e se foi prometendo retornar mais tarde.

E Regina não estava mesmo tão disposta para dizer o que tinha ouvido de Emma. Ainda era bem estranho ter que absorver aquelas palavras tão cortantes e sem o menor motivo ou cabimento. Ela se conhecia bem para entender que depois da surpresa viria a raiva e a vontade de revidar para depois o desprezo tomar conta de si. Antes que isso pudesse acontecer e colocar a perder todo o trabalho que ainda nem tinha acontecido foi melhor afastar-se. O problema de Emma não era com ela, mas a loira a usou de pára-raios. Justo? Nem um pouco, porém não seria ela a julgar aquilo, talvez Emma colocasse a cabeça no lugar em um dado momento e pudessem conversar.

Agora era melhor ficar quieta no seu canto.

Correspondências atrasadas que não tinham muita importância, poeira sobre os móveis e alguns vidros embaçados precisando de um bom trato. Da última vez que esteve em casa e nem foi tanto tempo assim, não percebeu que o apartamento precisava de uma faxina e agora ela se viu procurando o telefone do serviço de diaristas na agenda do aparador da sala.

Abriu aquele caderno e parou um instante passando os dedos pela folha. Era letra de Elsa que tinha anotado o contato que precisava. Pensou no quê a loira estaria fazendo naquele minuto, mas sacudiu a cabeça para levar os pensamentos para longe e continuou seguindo seu objetivo principal. Providenciar que a casa ficasse limpa.

Feito isso, o próximo passo seria abastecer a cozinha. Precisava ir ao supermercado o quanto antes e apanhou as chaves do carro já tentando se lembrar se o automóvel estaria abastecido, depois de tanto tempo nem se lembrava mais. Talvez fosse necessário até mesmo um mecânico e pediria a Kristin ou até mesmo Zelena que cuidasse disso caso ela retornasse a Los Angeles.

Desceu até a garagem calmamente girando as chave entre os dedos e contando os passos pelos degraus. Emma estava bem enganada. Sua vida não era nem de longe um problema, ao contrário, era um libertar-se voltar para casa depois de assinar aquele contrato com a Empresa Swan Company. Começou a avaliar o quanto permanecer num quarto de hotel por tanto tempo não estava lhe fazendo tão bem e ter que lidar com um temperamento como o de Emma não era tão agradável assim como lhe parecia ou como a cantora fez parecer em algum momento.

Não queria pensar nessas coisas, mas era inevitável e um passeio pelo supermercado talvez fosse algo que a distraísse. Prateleiras coloridas, promoções, música popular e pessoas de todos os tipos para lá e para cá com seus carrinhos. Precisava de leite, ovos, cereais, algumas garrafas de cerveja, um bom vinho e queijos para acompanhar.

Já ficou feliz comemorando que o motor do carro funcionou bem quando girou a chave na ignição, afinal o tempo que o deixou encostado não fez tanta diferença assim. Seguiu seu caminho direto para o supermercado mais próximo de casa e no meio do trajeto já informou a irmã que estava na cidade mandando uma mensagem curta e objetiva "Tive uma discussão com Emma e estou em São Francisco". Porém, não esperava que Zelena retornasse numa ligação completamente nervosa.

Precisou colocar no viva-voz ou não conseguiria dirigir em paz.

- O que ela fez com você?! - a pergunta veio como um trovão e foi inevitável que Regina risse deixando a irmã mais irritada do outro lado da linha.

- Nada sério, Zelena! Apenas discutimos!

- E isso não é sério?!

- Não é... - murmurou atenta ao sinal fechado - ... Ela estava bem desorientada com alguma coisa que não disse o que era...

Rebel HeartOnde histórias criam vida. Descubra agora