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SOPHIA GONÇALVES

O resto das férias passou voando, até que deu pra aproveitar bastante, mas infelizmente a rotina ia voltar. Até que eu estava ansiosa para esse período, já ia começar o quinto período, metade do curso. Hoje eu também começo no estágio, eu estava tão ansiosa que mal dormir a noite.

Por isso acordei parecendo um zumbi, tomei um banho para ver se despertava, passei uma maquiagem bem simplesinha só pra disfarçar as olheira, coloquei uma calça jeans e um cropped preto, calcei um tênis e peguei a minha bolsa.

Nem deu pra tomar café direito, ouvi a buzina do carro do Igor e sai apressada.

— Bom dia, meu amores!— digo entrando no carro.

— Bom dia, amiga!— Ana diz se virando no banco do carona.

— Que animação é essa? No cu da manhã em plena segunda-feira de volta às aulas.— Rafa franze a testa.

— Tô só feliz ué!

— É hoje que começa o estágio, né?— Ana pergunta e eu confirmo.

— Ai tô nervosa!

— Vai dar tudo certo, Sofi!

Nós chegamos na faculdade e encontramos a galera no mesmo lugar de sempre, eu falei um Oi com todo mundo e fui até o Felipe.

— Bom dia, baixinha!— me deu um beijo rápido. — Tá animada?

— Pra caramba! — ele sorriu e passou o braço ao redor do meu pescoço.

— Relaxa, tenho certeza que vão adorar você. Tu vai direto depois da aula?

— Vou passar em casa primeiro!

— Depois me conta como foi, hein!

— Beleza!

Cada um foi para o seu bloco, eu e a Rafa seguimos pelo corredor procurando a nossa sala. A gente foi emendando um assunto no outro, por fim ela tava me contando de um carinha que ela tava ficando, nas últimas semanas ela só falava dele.

— Ai amiga, ele é uma delicinha, sério.— suspirou.

— Mas você não pegou um cara sábado, menina?

— Ele é uma delícia, mas não colocou uma aliança no meu dedo. Tô livre e desimpedida.—
eu ri.

Estávamos entrando na sala quando um ser se choca contra mim, fazendo minha bolsa se espatifar no chão, eu provavelmente teria o mesmo destino se não fosse pela Rafa que me segurou.

— Mas que porra — eu falei vendo as minhas coisas no chão, o ser se tratava de um guri bem mais alto que eu, cabelos escuros e pele bronzeada, ele era o tipo de cara que a Rafa chamaria de gato.

O garoto olhou para as minhas coisas no chão, deu um sorrisinho de canto e simplesmente entrou na sala.

— Brutamonte sem educação!— eu falei, mas ele nem deu ouvidos.

— Que gato!— Rafaela murmurou ao meu lado se abaixando para me ajudar e pegar as coisas do chão.

— Um idiota, isso sim — resmunguei jogando o gloss e as moedinhas dentro da bolsa.

— Tem bala né, vagabunda? Quando eu perguntei falou que não tinha — Rafa falou pegando meu pacotinho de bala.

— Só tem uma!

— É minha!— enfiou dentro da boca e eu revirei os olhos.

Nós entramos na sala e procuramos um lugar para sentar, Rafa começou a puxar papo com uma guria que estava do nosso lado. Vi o garoto que derrubou as minhas coisas sentado em uma carteira mais à frente.

Ironias do Destino II Onde histórias criam vida. Descubra agora