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SOPHIA GONÇALVES

Quando deu a hora de eu ir embora, guardei as minhas coisas e disse para o Ricardo que já estava indo, estava entrando no elevador quando o Lucca correu para colocar o braço na porta.

— Nem me espera mais, te paguei lanche e tudo.

— Tu vai ficar jogando isso na cara sempre agora né?— ele riu concordando.

— Pra ficarmos quites você me paga uma cerveja.

— Hoje é segunda-feira!

— E daí, tem dia pra ser feliz?— eu não segurei a risada. — Tem um barzinho aqui perto ótimo, cerveja barata e petisco gostoso.

— Eu não vou sair com você, Lopez, se é isso que está pensando.

— E por que não? Achei que fôssemos amigos agora.

— Eu já disse que não somos, só estamos trabalhando junto no mesmo caso, mas essa coisa entre a gente não vai rolar.

— Por causa do Felipe?

— Ele tá vindo me buscar agora. — a porta do elevador abriu, eu sai na frente e o Lucca vejo correndo atrás, quando chegamos na calçada vejo o carro do Felipe do outro lado da rua.

— Mande lembranças para o namorado!— Lucca diz e acena para o Felipe, com certeza só para provocá-lo.

Eu atravessei a rua e entrei no carro, Felipe estava com a cara fechada, provavelmente por ter me visto saindo com o Lucca, parte de mim se sentou satisfeita tê-lo irritado.

— Então, o que quer conversar?— eu me encostei no banco e cruzei os braços como uma criança birrenta.

— Vamos comer alguma coisa, pensei em pedir um drive tru no McDonald's e comer lá em casa. Ou a gente pode ir em uma lanchonete aqui perto. Sei lá se você preferir a gente pode só ficar no carro mesmo.— Felipe falou rápido,
como sempre fazia quando estava nervoso.— Fala alguma coisa!

— Que tal a gente só ir direto ao assunto.

— Tá bem, vou só sair daqui, não posso ficar com o carro parado aqui.— eu assenti e ele ligou o carro.

Quando vi ele já estava dirigindo para a minha casa, fomos o caminho todo em silêncio, parecia que a todo custo ele queria evitar a conversa, eu também queria, porque parte de mim sabia que não ia adiantar muita coisa. Ele estacionou o carro próximo a minha casa e desligou o rádio, o silêncio pairou entre nós, parecia que nenhum dos dois sabia como começar.

— Olha, Felipe — eu disse depois de abrir e fechar a boca várias vezes.— Sinceramente, eu estou cansada!

— Por causa da briga de sábado?

— Não, por todas as outras antes dela, depois de sábado eu só comprovei que realmente não tá dando mais.— eu falei e ele me olhou com pesar.— Você me deixou sozinha a festa inteira, mas ficou andando pra cima e pra baixo com a Bárbara.

— Você disse que não queria brigar, que queria curtir a festa, eu achei que era melhor te deixar sozinha. E você não pode falar da Bárbara, você tava com o Lucca.

— O Lucca foi horas depois, não tem nem comparação, agora você, nem ficou perto dos seus amigos. Quer que eu pense o que? Que você e ela estavam só fazendo fofoca? — eu debochei.

— Mas era isso que a gente tava fazendo, conversando.

— Não fode, Felipe!— eu dei uma risada nasalada.

— E você e o Lucca? Estavam dançando juntos e eu te disse pra ficar longe dele, que ele não prestava, aposto que só estava se aproveitando de você para me fazer ciúmes.

Ironias do Destino II Onde histórias criam vida. Descubra agora