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SOPHIA GONÇALVES

O dia da festa de noivado do Ricardo e da Débora havia chegado e eu ainda não tinha ideia do que vestir. A festa seria na casa do Ricardo, mas pelo jeito seria bem chique. O meu guarda-roupa se resumia a short e cropped, nada arrumado o bastante para uma festa dessas, então fui assaltar o guarda-roupa da minha mãe.

— O que você estava fuxicando ai?— minha mãe perguntou entrando no quarto bem na hora em que eu estava revirando a gaveta dela.

— Que susto, merda!— ela riu.

— Não é pra fazer bagunça, ouviu Sophia? — eu concordei.

— Eu não tenho roupa para usar na festa e já estou ficando atrasada! — choraminguei.

— Usa aquele vestidinho preto meu, pretinho básico nunca erra.— eu ri e procurei o vestido, quando o achei coloquei na frente do corpo e olhei no espelho.

— Vai ser esse mesmo!— disse indo para o meu quarto.

— Sophia, tu fez a maior bagunça!— ouvi a minha mãe reclamar e corri para o meu quarto.

Coloquei o vestido e ficou lindo no corpo, ele era bem justo, o comprimento dele era um pouco acima do joelho e tinha uma fenda na coxa, a manga parecia ciganinha. Eu fiz um reboco bem caprichado, fiz um esfumado com sombra marrom e passei delineador, finalizei com um batom vermelho. Calcei os meus saltos preto e me olhei no espelho gostando do resultado, peguei uma bolsinha preta pequena, coloquei o celular e a carteira dentro.

— Tô indo, tá?— falei para os meus pais quando cheguei na sala.

— Uau, que gata — meu pai sorriu e eu dei uma voltinha me exibindo.

— Ficou linda, filha — minha mãe diz.

— Obrigada!

— Tem certeza que não quer que te leve?— meu pai perguntou.

— Tenho, eu vou chamar um uber. — peguei o celular na bolsa e abri o aplicativo.

— Tá bom, aproveita, querida!— meu pai falou e eu me despedi deles.

Sai de casa e logo o uber apareceu, uns vinte minutos depois o motorista parou em frente ao local da festa. Eu desci do carro e só de olhar a fachada da casa fiquei de boca aberta, eu entrei e fiquei chocada com o tamanho da casa. Tinha algumas pessoas no jardim e em volta da piscina iluminada com velas no chão e luzinhas iguais de natal enrolada nos coqueiros, mas a festa mesmo era do lado de dentro, na sala gigantesca.

Tinha garçons servindo por todos os lados, um deles me ofereceu uma taça de champanhe e eu aceitei. O gosto era completamente diferente dos espumantes baratos que sempre tomava em réveillons. Passei o olho procurando rostos conhecidos e já estava quase me sentindo deslocada quando vejo o Lucca se aproximando com um sorriso no rosto. Ele estava até parecendo gente, com uma calça branca, camisa de botão estampada e tênis branco, o cabelo estava bem cortado e o bigode e o cavanhaque bem feitos.

— Você chegou!— ele me olha de cima a baixo e abre um sorriso sacana. — Teu pai não é advogado, né? — eu estranho e nego na hora.

— Não, por quê?

— Porque olha, ele te fez direito em.— Ele fala parando o olhar bem sobre os meus seios, o que me faz revirar os olhos.

— Deus me ajude nessa noite com você.— ele bufa. — Ai merda!

— O que?— Lucca me olha.

— Os pais do Felipe estão aqui!

— E isso é um problema?

Ironias do Destino II Onde histórias criam vida. Descubra agora