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SOPHIA GONÇALVES

Minha visão já estava turva, eu enxergava tudo embaçado e já estava trocando os passos, o suor se formava na minha testa, eu já tinha bebido uma quantidade considerada preocupante de álcool, mas naquela altura eu só queria dançar. Eu dançava livre e desengonçada na pista improvisada, meus pés estavam doloridos, eu dançava radiante entorpecida de cerveja gelada e música alta. Decidida a não pensar em ninguém que me magoou.

Lucca ria alto toda vez que eu errava um passo da minha coreografia inventada. Sua mão segurou firme a minha cintura quando eu cambaleei.

— Opa!— eu ri.

— Tu tá muito bêbada mesmo, né?— eu balancei a cabeça e Lucca riu.

— Eu tô ótima, Lopez!

— Tá bom então, vamos sentar um pouco — eu concordei. — Vou pegar uma água para você.

— Água não, pega whisky, cerveja, menos água.— ele riu e foi até o bar.

Eu dancei meio cambaleante, cantarolando a letra da música toda errada, até sentir meu braço ser puxado.

— O que você tá fazendo com aquele idiota?— Felipe pergunta parecendo furioso.

— O mesmo que todo mundo aqui, aproveitando a festa.

— Você tá bêbada!

— E daí? Cadê o seu bichinho de estimação? Saiu do seu pé?

— Aqui está a sua cerveja — Lucca fala ao se aproximar e me entrega o copo.

— Acho que já tá bom de bebida para você!— Felipe tenta pegar o copo da minha mão, eu o segurei fazendo com que a cerveja se derramasse na minha roupa.

— Olha o que você fez!— eu o empurrei.

— Vem, vou te ajudar a limpar.— Lucca disse.

— Você não vai a lugar nenhum com esse cara!— Felipe segurou meu braço e me puxou para perto dele. — E você fique longe dela! — vociferou olhando para o Lucca com os olhos cheios de raiva.

— Me solta!— eu me debati, me soltando dele.— Você não manda em mim!

— Eu te falei que esse cara não presta, que era pra ficar longe.

— Eu não presto? — Lucca riu.— Olha quem fala. Aposto que não contou nem a metade para a sua namorada.

— Do que vocês estão falando?— eu olhei para o Lucca e depois para o Felipe, os dois se encaravam, dava para sentir a tensão no ar.

— Eu juro por Deus, Lopez, se você não ficar longe da Sophia eu acabo com você.— Felipe vociferou apontando o dedo na cara do Lucca.

— Você não é o meu pai, Felipe. Eu posso muito bem cuidar de mim mesma.— eu me meti no meio dos dois que naquele momento pareciam que iam se matar.

— Não, você não pode, está bêbada! — ele me pegou pelo braço.

— Me solta, já te falei para ir ficar de uma vez com a puxa saco.— eu digo, vejo a Bárbara se aproximando, ela toca no braço do Felipe e o pergunta se tá tudo bem.— Olha só, chegou quem faltava para completar o circo, porque você e o Felipe já me fizeram de palhaça.

— Que isso, Sophia? — Bárbara franziu a testa.

— Você é uma sonsa, acha mesmo que eu nunca reparei que você fica se jogando para ele? Eu não sou cega!

— Mas é claro que não!

— Para de fingir, garota, eu conheço muito bem o seu tipo.

— Você tá ficando louca, só pode!— ela revirou os olhos, eu senti o meu sangue ferver, quando vi já estava pegando o copo de cerveja que estava na mão do Lucca e jogando na cara dela.

Ironias do Destino II Onde histórias criam vida. Descubra agora