SOPHIA GONÇALVES— A sua caipirinha!— Lucca me entregou o copo, ele tinha ido buscar uma bebida pra gente.— Ei, que cara é essa, gatinha?
O Felipe tinha acabado de vir falar comigo, eu estava com um no entalado na garganta, minha vontade era de sair correndo e chorar. Tudo o que ele falou só me fez perceber o quanto eu fui ridícula. Fui horrível com ele, eu nunca quis magoar ele. Eu não planejei me envolver com outra pessoa e não planejei principalmente começar a gostar do Lucca.
— Nada. Eu só preciso ir no banheiro!— falei e virando as costas, praticamente corri até o banheiro, tentando desviar das pessoas, mas mesmo assim ouvi algumas delas resmungarem.
Entrei no banheiro e fechei a porta atrás de mim, meu peito descia e subia enquanto eu respirava, eu queria chorar, mas eu parecia estar sufocada com o no na minha garganta me impedindo de respirar.
A Rafaela e a Ana Clara estão certas, eu não posso ficar enrolando os dois, preciso tomar uma decisão. Mas só de pensar que posso magoar alguém fico ainda mais angustiada.
O pior de tudo é que eu pedi um tempo ao Felipe justamente porque queria poder pensar e por estar confusa. Porém agora eu estou ainda mais confusa, parece que a minha vida de repente saiu do meu controle. Não posso continuar fugindo disso, preciso tomar uma decisão.
Fiquei tempo o suficiente no banheiro para ter alguém esmurrando a porta do lado de fora. Abri a pia e lavei as mãos, passei a mão molhada na nuca e deu uma olhada no espelho. Quando abri a porta, escutei umas pessoas reclamando, mas nem dei ideia.
— Ei, amiga, você você se meteu? — Gabi perguntou.
— Tava no banheiro!
— Vem, a gente tá embebedando a Livia!— ela pegou a minha mão e me puxou até uma mesa de beer pong, a Livia e a Ana Clara jogavam contra a Rafa e o Cadu.
O Cadu tinha acabado de acertar a bolinha em um dos copos, as pessoas em volta comemoraram e a Livia teve que beber o copo de cerveja.
— Ganhamos!— Rafa deu pulinhos.
— Mais uma partida?— Cadu perguntou.
— Se eu beber mais um copo de cerveja coloco tudo pra fora.— Livia fez careta.
— Também tô fora!— Ana diz.
— Bora jogar?— pergunto para a Gabi e ela concorda.
— Pronto para perder, Carlos Eduardo? — sorriu para o Cadu.
— Eu não perco, amor!— se gabou.
— Então se prepara, porque hoje vai.— Gabi provocou.
Nós arrumamos os copos e a Rafa arremessou a bolinha, ela acabou errando, a próxima a jogar fui eu. A bola quicou na mesa e entrou no copo, a Gabi deu um gritinho em comemoração e o Cadu bebeu a cerveja.
A minha visão ficava cada vez mais turva e a minha mira cada vez mais questionável à medida em que o jogo ia rolando, eu já tinha perdido as contas de quantos copos de cerveja eu tive que beber.
— Me fala como é a derrota, Cadu?— Gabi falou depois de ter acertado mais um copo e marcado o ponto da vitória pra gente.— Eu falei que íamos ganhar!
— Vai ficar se achando agora, né?— falou passando o braço ao redor do ombro dela.
— Claro, eu ganhei!— ela riu e ele deu um beijo em sua têmpora.
Era bonitinho ver os dois juntos, a forma como eles combinavam, o Cadu é um cara legal e super gente boa, e a Gabi está tão feliz e empolgada, ela merece alguém assim.
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Ironias do Destino II
Ficțiune adolescențiTrês anos depois somos levados de volta para à vida de Sophia e Felipe, mais velhos e mais maduros. Eles tentam conciliar as responsabilidades que chegam com a idade e o relacionamento. •Segundo livro de Ironias do Destino