SOPHIA GONÇALVESEu acordei sentindo como se a minha cabeça fosse explodir, lembrava de poucos detalhes do fim da noite. A primeira coisa que fiz foi pegar meu celular e ver que tinha algumas mensagens, dentre elas uma do Felipe me mandando bom dia.
Eu puxei o travesseiro para o rosto me lembrando do beijo que rolou ontem, eu tinha uma lembrava bem vívida dos seus lábios nos meus, como se ainda pudesse sentir o gosto.
— Não me diga que tá de ressaca — minha mãe abriu a porta do quarto como um furacão.
Eu bufei e tirei o travesseiro da cara.
— Por que tá toda arrumada? — digo após analisá-la.
— Você prometeu que iria na missa comigo, seu pai também já está pronto. — eu tinha me esquecido completamente disso, era batizado de uma prima minha e a minha mãe falou durante semanas disso.— Você esqueceu né?
— Eu me arrumo em dez minutos!
— Acho bom, não quero chegar atrasada! — ela saiu do meu quarto e eu fui me arrastando até o banheiro.
Tomei um banho bem rápido, escolhi um vestido lilás e rasteirinha, penteei o cabelo que mais parecia um ninho, passei apenas um corretivo para disfarçar as olheira e a cara de morta. Estava descendo as escadas quando a minha mãe me gritou.
— Calma, já tô pronta!— falei.
— Finalmente!
— Vou só pegar alguma coisa pra comer!
— Come no caminho, não quero chegar na igreja atrasada, você sabe que todo mundo fica olhando. — ela diz e eu ouço meu pai rir e fazer uma careta atrás dela.
Eu peguei um pedaço de bolo e uns pães de queijo para comer no caminho, a igreja não ficava longe, então chegamos bem rápido. Por mais um pouquinho nos chegaríamos depois que a missa já tivesse começado.
Eu juro que tentei prestar atenção no que o padre falava, mas minha cabeça simplesmente parecia estar em outro mundo. Mais precisamente, em outra pessoa. Não conseguia parar de pensar no Felipe e no nosso beijo, e com certeza era um pecado pensar em uma coisa dessas no meio da pregação.
Meu celular apitou com uma notificação, a minha mãe me olhou com reprovação.
— Quer desligar isso? Ou então coloca no silêncio!— cochichou.
Eu revirei os olhos e coloquei no silêncio, tinha uma mensagem do Lucca na tela perguntando o que eu ia fazer hoje. Eu respondi rapidamente falando que iria ficar em casa hoje pois estava de ressaca, o que era verdade.
A minha vida mais parecia uma confusão ultimamente, parecia que tudo estava virado ao avesso. Eu não fazia ideia do que eu e o Lucca estávamos nos tornando, eu estou gostando desse tempo que estamos passando juntos e de ficar com ele, tudo acontece de uma forma fácil, sempre rola fogo e faísca, é como me aventurar pelo desconhecido. Com o Felipe é leve e apaixonante, toda vez que estamos juntos eu sinto como se estivesse pisando em uma poça com um fio desencapado, e beijá-lo ontem fez despertar as borboletas no estômago que até então eu achava que tinha apagado.
Minha mãe me cutucou me fazendo acordar do meu transe, eu olhei para ela meio perdida.
— A missa já acabou!— eu vi as pessoas se levantando. — Você está com a cabeça na lua hoje, hein.
— É!— eu dei um sorriso amarelo.
Nós saímos da igreja e a minha mãe ficou batendo papo com umas tias minha, ainda tive que suportar a presença de algumas primas que eu não gosto.

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Ironias do Destino II
Novela JuvenilTrês anos depois somos levados de volta para à vida de Sophia e Felipe, mais velhos e mais maduros. Eles tentam conciliar as responsabilidades que chegam com a idade e o relacionamento. •Segundo livro de Ironias do Destino