SOPHIA GONÇALVESEssas duas últimas semana foram bem corridas, atolada de trabalho para fazer e apresentar, sem falar que ainda teve a semana de prova. Por fim eu já estava surtando e com vontade de jogar tudo para o ar.
Era sexta à noite e eu estava saindo do estágio com o Lucca, nós entramos no elevador e ele me emburrou contra a parede.
— Passei a tarde inteira com vontade de beijar você.— sussurrou bom a boca próxima da minha.
— Lucca...— eu mordi o lábio e olhei para os seus olhos.— Alguém pode ver.
Ele sorriu e olhou para a câmera acima da nossa cabeça.
— E daí? Deixa verem.
Eu abri um sorriso e ele imediatamente colou nossos lábios em um beijo desesperado, sua mão apertava a minha cintura, seu corpo estava bem colado no meu de forma que ele me prensava contra a parede do elevador. Ele me beijava com volúpia, suas mãos passeavam pelo meu corpo.
Escuto a porta do elevador se abrir e empurro o Lucca rapidamente, arrumo a alça da bolsa no ombro e saio rindo.
— E aí, tá a fim de sair? Podemos tomar um chopp, sei lá.— Lucca disse vindo atrás.
Por mais que a ideia de tomar um chopp bem geladinho nesse calor dos infernos me pareceu quase perfeita, eu estava doida para ir pra casa. Estava numa TPM daquelas e com uma cólica fodida.
— Foi mal, Lopez, mas eu estou cansada. De verdade.
— Tudo bem, angel, deixa pra outra hora.— eu concordei.
— Tchau, Lopez. Vejo você depois!
— Tchau, gata — me deu um selinho, eu corri até o ponto de ônibus.
Meu ônibus atrasou um pouco, mas quando chegou pelo menos estava meio vazio, consegui um lugarzinho no fundão, coloquei meus fones de ouvido e dei uma viajada. Me levantei quando chegou no meu ponto e desci do ônibus, fui andando na calçada procurando as minhas chaves.
— Sophia!— eu me virei, vi o Felipe atravessando a rua na minha direção.— Oi!— sorriu.
— Oi!
— Eu tava indo pra casa dos meus pais. E aí, como você tá?
— Estou bem e você?
— Eu também. — respondeu e eu o olhei esperando para ver se ele tinha mais alguma coisa para falar.— Depois daquele dia na praia eu não te vi muito e a gente não teve muito tempo para conversar. Então será que podemos conversar agora? Se você tiver cansada eu entendo e...
— Tá tudo bem, Felipe. A gente pode conversar.— ele assentiu com a cabeça.
— Eu não imagino o que deve ter passado na sua cabeça quando ficou sabendo toda essa história com o Lucca e a Cecília. Eu devia ter te contado antes, eu só não sabia como e sempre pensava que não era uma boa hora. — ele diz rápido.
Felipe tira as mãos dos bolsos e se senta na calçada em frente a minha casa, eu faço o mesmo. Me lembro de quantas noites nós ficamos sentados aqui conversando até tarde. Esse me lembrança me parece tão distante.
— Eu e o Lucca nos conhecemos desde moleques, a gente vivia grudado, até entrar uma garota nova na escola, a Cecília, então ficamos os três inseparáveis. Não vou mentir para você e nem esconder, mas eu gostava da Cecília mais do que como amiga. Mas aí ela e o Lucca começaram a namorar, nós continuamos próximos, mas não como era antes.
Eu estudava tudo com atenção, o Felipe olhava pra o chão ao falar.
— A mãe do Lucca ficou doente e isso acabou afetando muito ele. Teve um dia que a Cecília começou a me contar que o namoro com o Lucca não estava indo bem, falou que o relacionamento esfriou, que eles estavam brigando e distantes, e eu disse que a mãe dele estava passando por um momento difícil e que o câncer dela estava refletindo nele. Mas a Cecília disse que não era por causa disso, que estava distante do Lucca por causa de mim, falou sempre gostou de mim. — ele virou o rosto para em olhar. — Eu fiquei sem saber o que fazer, disse que ela tinha um namorado e que o Lucca amava dela, que era só um momento difícil e logo os dois se acertariam. Depois daquele dia ela sempre ficava falando que gostava de mim e que queria ficar comigo, e eu dizia que não e que ela estava com o meu melhor amigo. Até que um dia nós estávamos na casa dela e ela me beijou, eu tentei recuar e disse que isso não podia acontecer mais.
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Ironias do Destino II
Teen FictionTrês anos depois somos levados de volta para à vida de Sophia e Felipe, mais velhos e mais maduros. Eles tentam conciliar as responsabilidades que chegam com a idade e o relacionamento. •Segundo livro de Ironias do Destino