-36-

322 28 18
                                        


SOPHIA GONÇALVES

Sou acordada com uma almofadada na cara, abro meus olhos puta da vida com quem quer que tenha me acordado. Vejo a Rafaela rindo pra mim deitada no colchão que eu coloquei no chão ontem depois que chegamos.

— Filha da puta!— jogo a almofada nela que ri sem parar.— Você é uma desgraçada! Que droga, pra que tem que acordar os outros assim, falta de respeito!

— Ih, acordou bicuda!

— É claro, experimenta ser acordada com uma almofada na sua cara.— ela riu mais ainda e eu bufo irritada.

— Eu tava te chamando a meia hora.— ela diz.— A gente não tinha combinado de ir à praia hoje? Eu mandei mensagem para a galera e todo mundo topou, agora levanta essa bunda gorda daí e vamos nos arrumar. E pode desfazer esse bico aí!— eu mostrei o dedo do meio pra ela.

Meu humor já não é dos melhores quando eu acordo e piora quando sou acordada por alguém. Levantei da cama e fui tomar um banho, coloquei um biquíni preto e vesti um short e camiseta por cima. Quando voltei para o quarto a Rafa já tinha arrumado a minha cama e colocado o colchão no lugar.

— Vou em casa tomar um banho — falou.

— A gente toma café e depois eu vou com você na sua casa.— ela concordou.

Enquanto ela trocava de roupa eu peguei uma bolsa de praia e coloquei a minha canga, protetor solar, óculos escuro e a minha carteira. Nós descemos para a cozinha, meus pais estavam tomando café.

— Bom dia!— Rafa diz.

— Bom dia, Rafaela. Nem sabia que tinha dormido aqui.— meu pai diz.

— Como não, Hugo? Não escutou as gargalhadas que elas chegaram de madrugada. — minha mãe disse e eu olho rindo para a Rafa.

— Eu durmo como uma pedra.— meu pai riu.
— Vocês não vão tomar café?

A Rafa se sentou, eu peguei uma xícara e a entreguei, depois me sentei e peguei um pão com mortadela.

— Como foi a noitada?— mamãe perguntou.

— Foi ótimo, tia, dançamos horrores — Rafa contou.

— Pai, nós vamos na praia com a galera. Você deixa eu pegar o carro?

— Claro, filha. Não vou usar mesmo — eu sorri.

Depois que terminamos de tomar café, eu e a Rafa nos despedimos dos meus pais e fomos para a casa dela. Enquanto ela tomava banho e se arrumava eu conversava com a mãe dela e mandava mensagem para o Pedro e a Ana que iam de carona comigo.

— Tô pronta!— Rafa falou entrando na sala.

— Vamos então!— eu me levantei do sofá.— Beijo, tia!

— Tchau meninas, aproveitem!

Nós entramos no carro e a Rafa já foi ligando o som e colocando uma playlist de trap pra tocar, passei primeiro na casa da Ana e logo depois fui buscar o Pedro.

— Uau, cheio de gatinha, tô com sorte!— brincou ao entrar no carro. — Fala ai, onde vocês foram ontem?

— Ah, em uma boate ai. — Rafa respondeu.

— E você, Pedro, onde levou meu namorado?— Ana quis saber.

— Em um bar ai — ele disse imitando a Rafa.— Vocês não saíram com a desculpa de noite das garotas, teve a noite dos caras também.

— Noite dos caras, postando foto com um monte de mulher.— Rafa se virou no banco para olhar para ele.— Quem era aquelas gurias?

— Ih, qual foi em, Rafaela? Ciúmes de quem?

Ironias do Destino II Onde histórias criam vida. Descubra agora