SOPHIA GONÇALVESQuando deu meia noite o Igor chamou todo mundo para cantar Parabéns para a Ana Clara, já tava todo mundo meio alto então foi uma versão meio bêbada da música e cheia de zoeiras. Ela sobrou as velas de 21 e teve aplausos e assobios.
— Oficialmente maior de idade, loirão!— eu disse quando abracei ela.— Parabéns, amiga!
— Obrigada, meu amor!— ela me apertou com seus braços, a Rafaela já chegou se enfiando entre nós.— Ai eu amo tanto vocês duas!
— Nós também te amamos, chuchu — Rafa diz.
— Eu quero abraço também!— Gabi fez beiço, ela e a Livia passaram o braço em volta de nós e virou um abraço coletivo.
— Precisamos tirar uma foto do nosso squard.— Ana disse e nós concordamos, ela entregou o celular para o Igor e a gente fez caras e bocas para as fotos.
— Não acredito!— ouvi o Igor falar e curiosa que sou já me virei para olhar na mesma direção que ele. O Pedro estava dando o maior beijão na Beatriz, mal sabia onde começava um e terminava o outro.
— Já era hora dele pegar ela né — eu comentei e as meninas riram.
— E você, não vai pegar ninguém?— Ana perguntou para a Rafa e eu ri.
— Até parece que já não pegou — ela me cutucou com o cotovelo.
— E você, Sophia? Tem vários primos gatinhos da Ana aqui.— Gabi disse.
— Eu sou carta fora do baralho, amor.
— É mesmo? Porque o Felipe parece que tá bem dentro do jogo — a Rafa indicou o Felipe com a cabeça.
Eu me virei rapidamente, não consegui esconder a minha cara fechada quando vi o Felipe todo risos para uma amiga da Beatriz que eu não sabia o nome. Ela falava algo no ouvido dele e eu não pude deixar de me sentir incomodada com a proximidade dos dois.
— Quem é aquela? — perguntei com a voz enojada.
— Vanessa — Ana Clara respondeu.
Eu olhei a menina de cima a baixo e não podia negar, ela é bonita, daquele tipo que não passa despercebido. Vanessa é alta e magra, tinha o corpo bem definido, cabelos compridos loiros e olhos azuis, parecia uma modelo.
— Tô nem aí.— falei da boca pra fora, mas por dentro eu estava me corroendo, só de pensar na imagem do Felipe beijando outra garota fazia me estômago revirar.
— Ei, o que vocês estão fazendo paradas aqui?— Livia disse ao se aproximar.— Vamos beber!— ela ergueu o copo do que parecia ser uma caipirinha e derramou um pouco.
— No caso você tá precisando dar um time, né amiga?— Gabi falou e Livia fez uma careta pra ela.
— É isso aí, Liv — eu passei o braço ao redor do pescoço dela. — Vamos beber!
Ela riu e nós fomos até o freezer, peguei uma cerveja para nós e enchi nossos copos. A gente foi até as meninas e arrastamos elas pra dançar.
Eu já tinha feito uma misturada de bebida, tinha bebido o bastante para não ligar para as minhas ações. Eu assistia de longe o Felipe de papo com a tal da Vanessa, sentindo meu rosto esquentar toda vez que ele sorria para ela. Existia duas vozes dentro de mim, uma delas dizia para mim ir até lá e acabar com a gracinha dos dois, e uma outra voz que mandava eu ficar na minha. Mas naquela altura eu já tinha álcool o suficiente no meu corpo para esquecer a dignidade.

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Ironias do Destino II
Ficção AdolescenteTrês anos depois somos levados de volta para à vida de Sophia e Felipe, mais velhos e mais maduros. Eles tentam conciliar as responsabilidades que chegam com a idade e o relacionamento. •Segundo livro de Ironias do Destino