SOPHIA GONÇALVESNo domingo, a Ana Clara e a Rafaela acabaram ficando aqui em casa para o almoço, meu pai fez um churrasco e nós bebemos a tarde toda.
Na segunda, acordar cedo para ir para a faculdade depois de um final de semana de bebedeira foi um sacrifício.Meu pai me deu carona até a faculdade, porque eu estava atrasada, a Rafa parecia um zumbi tentando não dormir, nem deu muita boa quando eu sentei na carteira em sua frente. Lucca como sempre chegou mais atrasado que eu, ele se sentou no seu lugar de sempre e acenou discretamente para mim.
Lá para o meio da aula eu já não estava aguentando mais de sono, me levantei e sai da sala, fui tomar uma água pra ver se dava uma acordada. Quando vi a Bárbara sentada em um banco perto do bebedouro senti vontade de dar meia volta, mas ela sorriu e acenou pra mim, eu enchi a minha garrafa e tomei um gole de água.
— Tá matando aula?— perguntou rindo.
— Não, só vim beber água. E você, tá fazendo o que ai?
— Tô com o horário vago.
— E tá aqui sozinha?— essa foi a minha forma de perguntar pelo Felipe.
— O Felipe foi conversar com um professor nossa sobre uma nota ou algo assim.
— Ah entendi!
— O Felipe me contou que vocês terminaram.— ela disse depois de um tempo quieta.
— É claro que contou.— eu disse com sarcasmo.— Você deve tá muito feliz com isso.
— Eu não fico feliz vendo ele mal.
— Ainda bem que ele tem você para consolar.
— Olha, Sophia, eu nunca quis ser sua inimiga, muito pelo contrário sempre tentei me aproximar de você, mesmo você não me dando brecha para isso.
— Desculpa não consigo ser falsa.— ela concordou com a cabeça um pouco sem graça.
— Eu e o Felipe nunca tivemos nada, sempre fomos só amigos.
— Tá legal, talvez porque ele te via assim, mas você queria mais.— ela mordeu a bochecha.
— Depois que eu terminei o meu namoro o Felipe me ajudou muito e nós nos aproximamos mais, eu comecei a passar mais tempo com ele, ainda mais com no trabalho. Não vou negar que por um momento eu desejei que ele fosse bem mais que um amigo, mas o Felipe nunca escondeu que amava você, que ainda ama.— eu fiquei incrédula com a cara de pau dela em falar isso na minha cara, eu sabia que tinha coisa.
— E você ainda tem coragem de falar isso na minha cara? Uau!— eu dei uma risada nasalada.
— Eu só estou te dizendo que o Felipe ama você e que nunca, nunca mesmo me viu mais do que como uma amiga. — ela falou olhando em meus olhos. — Ele tá com raiva agora, mas se você também ama ele, não deixe ele escapar por coisa boba.
— Certo, obrigada pelo conselho.— eu disse em tom de deboche. Eu dei as costas para ela e voltei para a sala, tentei focar a minha atenção na aula, mas as palavras da Bárbara não saíram da minha cabeça.
FELIPE WERNECK
— Você demorou — eu falei quando a Bárbara se senta na carteira ao meu lado.
— Ah, fiquei sentada lá fora, eu vi a Sophia.— eu tentei fingir que a simples menção do nome dela não me afetasse, mas não adiantou muito, principalmente com a Bárbara que sempre percebia as coisas de longe.— A gente conversou um pouco.
— É mesmo?— isso era novidade, Bárbara e Sophia conversando.— Sobre o que conversaram?
— Sobre você. Eu disse a ela que nunca tivemos nada.

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Ironias do Destino II
Teen FictionTrês anos depois somos levados de volta para à vida de Sophia e Felipe, mais velhos e mais maduros. Eles tentam conciliar as responsabilidades que chegam com a idade e o relacionamento. •Segundo livro de Ironias do Destino