SOPHIA GONÇALVESAcordar na segunda-feira foi um sacrifício, para piorar quase perdi o ônibus e cheguei atrasada na faculdade.
Me sentei perto da Rafa que estava cochilando na aula, aula de constitucional, ninguém merece. Cutuquei ela que resmungou e abaixou a cabeça novamente. Vi o Lucca sentado em uma carteira do outro lado da sala, a lembrança de eu puxando ele para dançar me encheu de vergonha. O álcool humilha mesmo.
A Rafa dormiu a aula inteira, eu provavelmente teria feito o mesmo se não estivesse tão ruim em direito constitucional.
Quando a aula terminou, nós saímos juntas da sala, Rafa começou a rir das coisas que aconteceu na festa.
— Tu lembra que jogou cerveja na cara da Bárbara?— começou a gargalhar.
— Lembro e não me arrependo nem um pouco, ela tava precisando mesmo para apagar o fogo. — Rafa riu ainda mais.
— E da parte que você tava dançando com o bonitinho?
— Ai, nem me fale — coloquei a mão na testa.— Não sei nem como vou olhar para ele no estágio.
— Com a cara mais lavada de todas, como se nada tivesse acontecido.— eu ri.— E você, já conversou com o Felipe?
— Não, ele não me mandou mensagem ontem e eu não vi ele hoje.
— Vixe. Mas vocês precisam conversar o quanto antes, ficar nessa situação é pior.
— Eu sei. Bom, deixa eu correr porque tenho que ir para o trabalho.— eu falei.
— Beijo!— Rafa diz e eu corri até o ponto de ônibus, demorou uma eternidade para passar o bendito ônibus, mas eu cheguei a tempo no escritório.
O dr. Ricardo já me entregou uma ficha de um caso, ele pediu pra mim procurar alguns arquivos que pudessem ajudar no caso. Lucca como sempre chegou atrasado, ele jogou a mochila em um canto e se jogou na poltrona.
— O que temos hoje?— eu revirei os olhos e ele se inclinou para pegar o papel da minha mão.
— A mulher do cara é a principal suspeita no assassinato dele.
— Hum, finalmente um caso legal, estava cansado de porte de arma e drogas. — ele sorriu.— O que você já descobriu?
Eu mostrei para ele uns pontos importantes que já tinha achado nas papeladas, nós ficamos trabalhando em silêncio. Até dar a hora do café.
— Tá a fim de tomar um café? Tem uma padaria aqui perto que tem uma rosquinha de canela ótima.— Lucca diz.
— Não, valeu.
— Ah qual é? Tá de dieta? Vamos, para me fazer companhia então.
— Nós não somos amigos, Lopez.
— Lá na festa nós parecíamos bastante amigos.— ele riu e revirei os olhos.
— Eu estava bêbada!
— Você só estava me usando pra fazer ciúmes no Felipe, quando quiser de novo é só falar, aí a gente pode fazer ciúmes de verdade.— deu um sorriso malicioso.
— Eu não vou ficar com você, Lopez. Nunca, então tira o cavalinho da chuva.
— Eu não diria nunca, qualquer garota quer ficar comigo, fazer o que se o pai é gato.— riu.
— Você se acha né?
— Vamos tomar café ou não? Eu pago!
— Hum, já que é assim eu vou. Acho que vou querer pão de queijo, croissant, rosquinha de canela e talvez até um salgado. — Lucca riu.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Ironias do Destino II
Novela JuvenilTrês anos depois somos levados de volta para à vida de Sophia e Felipe, mais velhos e mais maduros. Eles tentam conciliar as responsabilidades que chegam com a idade e o relacionamento. •Segundo livro de Ironias do Destino