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SOPHIA GONÇALVES

Nós ficamos na praia a tarde inteira, só depois do pôr do sol que fomos para casa tomar banho e nos arrumar.

Eu estava no quarto com a Rafaela e a Ana Clara, eu terminava de secar o meu cabelo enquanto as duas disputavam o único espelho do quarto para se maquiarem.

— E aquele climinha que você e o Felipe estavam hoje? — Rafa perguntou com um sorriso sugestivo no rosto.

— Que clima?— eu me fiz.

— Deixa de ser sonsa, Sophia! Acha que eu não vi você passando protetor nele?

— E o que tem? — falei rindo.

— É uma sonsa mesmo!— Ana riu.— Tem que ser muito cego pra não ver a troca de olhares de vocês.

— Verdade, nem tem como negar. — Rafaela diz.

Eu rio e a Gabi entra no quarto, ela tá toda gata com um vestido longo branco e já maquiada.

— Vocês ainda não estão prontas?

— Tá difícil maquiar aqui!— Ana diz sem tirar os olhos do espelho.— A Rafaela toda hora entra na minha frente.

— E você ainda tá de toalha!— olhou pra mim.

— Calma, gata! Que pressa é essa?— falei, desliguei o secador e fui pegar a minha roupa.

— Não tô com pressa!— se sentou. — Seu boy chegou!

— Tenho boy não — eu ri e tirei a toalha para me vestir, iria usar uma saia branca longa e um cropped da mesma cor.

— O Lucca!

— Hum, ele veio?— tentei soar indiferente e a Ana Clara começou a rir.

— Tu já sabia que ele ia vir.

— Tô te falando, é muito sonsa mesmo!— Rafaela falou.

— Mas vocês estão viajando na minha hoje, hein. — falei e fui tentar me olhar no espelho.— E dão um jeito de terminar essa maquiagem aí, tomei banho, sequei meu cabelo e as bonitas não acabaram.

— Deixa de ser chata!— Rafa diz.

— Eu tô acabando!

Nós ficamos fofocando enquanto nos arrumávamos, quando estávamos prontas, fomos para a área externa, onde já rolava uma musiquinha ambiente. Vi que as pessoas começavam a chegar e aos poucos foi enchendo.

Eu e as meninas fomos pegar uma bebida, começamos com uma cerveja mesmo, tomei um gole e tava geladinha, do jeito que o diabo gosta. Vi o Lucca em um canto beliscando alguns petiscos da mesa.

— Eu já volto!— falei para as meninas e fui até ele. — Oi!

— Oi!— ele se virou.

— Como você tá?

— Bem, e você?— pegou mais alguns petiscos.

— Estou bem! — peguei alguns petiscos também.— Você sumiu, nem te vejo mais.

— Férias né, aproveitando esses dias de recesso para dormir.

— Quem que dera, férias com a minha mãe em casa é a mesma coisa que nada, me coloca pra trabalhar e fazer faxina.— ele riu.

— Não deixa em paz a véia!

— Não mesmo!— nós rimos. — Por que não veio vai cedo? A praia tava ótima!— eu falei querendo puxar papo.

— Fui almoçar com a minha vó!

— Ah tá. E como foi?

Ele começou a me contar da sua vó e de como sentia falta de morar com ela, ele já tinha me falado algumas vezes sobre ela. Nós fomos emendando um assunto no outro. Era bom sentir que as coisas não mudaram entre nós, porque eu me apeguei ao Lucca mais do que eu gostaria e só a ideia dele se afastar de mim me deixava louca.

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