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LUCCA LOPEZ

Finalmente tinha chegado o final de semana, eu passei a semana inteira ansioso para essa resenha que o pessoal da faculdade tava organizando, só pra poder beber com os parceiros.

Tava mexendo no celular quando vi que chegou uma mensagem do Cadu, entrei no WhatsApp e respondi ele.

✉️
Cadu: e aí, seu puto (18:02)
Lucca: fala mano (18:04)
Cadu: tô sabendo que hj vai rolar uma resenha da sua facul
Cadu: tu vai?
Lucca: como se o pai fosse perder
Cadu: tá certo kkkkkk
Cadu: vou colar tbm
Lucca: a gente se esbarra lá então
Cadu: fechou
✉️

Fui na cozinha e cacei alguma coisa pra comer, porque não tem quem aguente beber de estômago vazio. Encontrei uma pizza na geladeira, provavelmente meu pai e a Débora devem ter pedido ontem a noite e guardou o que sobrou. Eu esquentei no microondas e me sentei na sala para continuar assistindo o episódio da série. Tava tão concentrado que nem vi a Débora entrar na sala e se sentar na poltrona.

— Essa pizza era minha!— ela falou com a voz enjoada.

— É só você pedir outra!— vi ela revirar os olhos, pode ser criancice, mas eu adorava irritar a Débora.

— Não vai sair hoje? — perguntou.

— Vou, daqui a pouco — falei de boca cheia.

— E vai com a... Sophia?— perguntou como quem não quer nada, desde o dia do noivado dela com o meu pai, a Débora vivia perguntando da Sophia.

— É uma festa da faculdade. Não sei se ela vai.

— Saudade da minha época de universitária, eu ia em várias festinhas também. — ela sorriu.

— E isso não deve ter nem dois anos.— murmurei, mas ela acabou escutando e diferente do que eu imaginei, ela não ficou sem graça nem incomodada como sempre acontece quando eu faço uma das minhas piadinhas para provocá-la, dessa vez ela deu uma risada estridente, eu acabei rindo também.

Nós ficamos assistindo a série em silêncio, depois o meu pai chegou e se sentou ao lado da Débora, ainda era estranho ver outra mulher ocupando o lugar que era da minha mãe, mas depois de conviver na mesma casa que os dois e vê-los juntos, foi ficando menos difícil de engolir.

— Melhor eu ir me arrumar que tá na minha hora.— falei me levantando.

— Vai sair outra vez?— meu pai perguntou.

— Sabadou né? Eu é que não vou ficar em casa. — eu ri.

Tomei um banho demorado, vesti uma bermuda clara e uma camisa preta, calcei meu tênis preto e caprichei no perfume, eu peguei a carteira e coloquei no bolso, enquanto descia fui chamando o uber.

— E você vai voltar pra casa?— meu pai quis saber.

— Se tudo correr bem, não — dei um sorriso e meu pai balançou a cabeça em negação.

— Toma cuidado, e juízo.

— Isso eu tenho de sobra, Dr. Ricardo. Falou!

— Tchau!— Débora respondeu.

Eu sai e fiquei esperando o carro na rua, uns cinco minutos depois ele chegou, no caminho fui mandando mensagem para o Cadu.

Ele tinha combinando de me encontrar na porta, desci do carro e o vi mexendo no celular, acenei para ele quando o vi e o mesmo veio até mim rindo e com uma long neck na mão.

— Já começou os trabalhos, Torricelli?— digo e ele ri.

— Claro né, não sou de perder tempo! — eu ri também e concordei.

Ironias do Destino II Onde histórias criam vida. Descubra agora