SOPHIA GONÇALVESEssa semana parecia a mais longa de todas, mas finalmente a sexta chegou. Superar essa semana não foi fácil, ainda mais com todo mundo perguntando do meu término com o Felipe, era como tocar na ferida.
— Terra chamando!— Rafaela estala os dedos na minha frente fazendo com que eu acorde do meu transe.
Nós estávamos na sala de aula, aula de Direito Penal, por mais que essa seja a matéria que eu mais ame, minha cabeça estava no mundo da lua.
— Tava viajando ai!— Rafa ri.
— O que você tava falando?
— Que nós vamos sair hoje!— ela sorriu e eu neguei com a cabeça.
— Ah não, nem vem! Não estou com animo para sair.
— Por isso mesmo, Sophia, nós temos que levantar esse ânimo. Você precisa seguir o baile, eu já passei por isso e sei que é muito pior ficar em casa choramingando.
— Eu sei, mas eu ainda não estou pronta para seguir em frente.
— Ai Sophia — ela resmungou.— Você precisa reagir, vai ficar aí nesse estado deplorável, com essa cara de morta, com olheiras parecendo um zumbi?
— Nossa, isso era um tentativa me me animar?
— Agora que você tá solteira na pista vamos poder sair juntas, eu tava precisando tanto de alguém pra fechar comigo, a Gabi sempre me deixa na mão, sem falar que some no meio do rolê e me deixa sozinha.
— Só você mesmo — eu ri e balancei a cabeça.
— Então vamos, por mim!— ela fez beicinho.
— Ai, Rafa, hoje não dá mesmo, prometi para a minha mãe que iria ajudar ela com umas coisas.
— Acho que você se esquece que eu te conheço a anos, Sophia Gonçalves, você mente mal pra caramba.— eu não segurei a risada.
O professor olhou com cara feia para nós e a Rafa fez uma careta para mim e se virou para frente.
Depois da aula eu fui direto para o estágio, o trabalho estava bem tranquilo e não tinha muita coisa para fazer, o Ricardo até me liberou antes do fim do expediente. Estava guardando as minhas coisas quando o Lucca me chamou.
— Ei, espera, vou sair agora também — ele colocou a mochila nas costas.
Nós saímos do escritório e esperamos o elevador.
— E aí, vamos tomar uma gelada hoje? — perguntou com um sorriso no rosto.
— Não vai rolar, já tenho compromisso.— eu menti.
— Hum, vai sair com o namoradinho? — perguntou quando entramos no elevador.
— Não — dei um sorriso amarelo.— Nós terminamos, demos um tempo, sei lá.
— É mesmo? Sinto muito — ele só disse por dizer estava na voz dele que estava achando ótimo.— Por isso que nós temos que beber hoje, para afogar as mágoas.
— Valeu a oferta, mas eu tenho compromisso mesmo.
— Tuuudo bem, outro dia então, você tá me devendo uma cerveja mesmo.
— Tá certo!
— Vou cobrar em — ele riu, a porta do elevador abriu e nós saímos.
— Você não vai esquecer disso mesmo, né?— ele balançou a cabeça e riu.— Tchau, Lopez!
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Ironias do Destino II
Teen FictionTrês anos depois somos levados de volta para à vida de Sophia e Felipe, mais velhos e mais maduros. Eles tentam conciliar as responsabilidades que chegam com a idade e o relacionamento. •Segundo livro de Ironias do Destino