-30-

379 28 6
                                        


SOPHIA GONÇALVES

A segunda-feira pós final de semana de bebedeira era quase um sacrifício, não sei nem como conseguir levantar da cama e ir para a faculdade.

Pelo menos a aula era de Direito Penal ou eu teria dormido em cima dos caderno, Penal era a minha matéria preferida e o professor é super gente boa.

Quando a aula acabou eu comecei a guardar as minhas coisa, a Rafa estava ao meu lado me apressando.

— Anda logo, quero pegar carona com o Igor e a Ana. — resmungou e eu revirei os olhos.

— Vai na frente então, afobada!— fechei o zíper da bolsa e me levantei.

— Sophia!— Lucca me chamou.— Preparada para o tribunal?

— Ai puta merda — eu xinguei alto e ele riu.— Eu tinha esquecido que é hoje.

— Eu tô indo pra lá para assistir o julgamento. Você vai?

— Vou, claro. Não quero perder isso de jeito nenhum. — ajeitei a bolsa no ombro.

— Quer uma carona? — perguntou e eu mordi a bochecha.

— Quero, por que não?— ele sorriu e eu olhei para a Rafa.— Falo com você depois.

Ela concordou com cabeça e deu um tchauzinho para mim e o Lucca antes de sair da sala.

— Já assistiu alguma audiência no tribunal?— Lucca perguntou enquanto íamos em direção ao estacionamento.

— Não, e você? — ele balançou a cabeça.

— Algumas vezes!

Nós entramos no carro e o Lucca colocou uma música para tocar no rádio antes de começar a dirigir.

— Ai droga — eu falei depois de remexer a minha bolsa atrás do meu celular.

— Que foi?— Lucca parou o carro no semáforo.

— Não tô achando meu celular.— eu disse e com eu a procurar nos bolsos da calça.

— Tu olhou direito na bolsa?— ele me olhou.

— Claro que eu procurei. — falei começando a me desesperar.

— Olha no banco, no chão, sei lá — Lucca falou, eu fiz o que ele disse, já estava começando a me apavorar.

— Eu perdi meu celular!— choraminguei.

— Deve ter esquecido na faculdade.

— Tem como a gente voltar? Ou então eu desço aqui e volto sozinha.

Lucca me olhou parecendo meio impaciente, a luz do semáforo ficou verde e ele acelerou, ele pegou o retorno para a faculdade.

O caminho até a faculdade é feito como? Isso mesmo, com ele fumando e sem trocarmos uma palavra se quer.

— Você vai mesmo fumar maconha pra ir num tribunal?— eu perguntei.

— O que tem? — ele riu e deu um trago.— Ajuda a aguentar a falação, deixa tudo mais divertido. Quer?

— Não, obrigada!

— Tu tá precisando dar uma relaxada, gata!— piscou pra mim e ofereceu novamente o beck, mas eu recusei.

— Pode pelo menos abrir as janelas? Não quero ficar com a roupa impregnada de maconha.— Lucca riu e abriu as janelas do carro.

Eu estava preocupada demais com o meu celular, só conseguia pensar o que tinha acontecido com ele, se por acaso alguém tinha pegado.

Ironias do Destino II Onde histórias criam vida. Descubra agora