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SOPHIA GONÇALVES

O clima ficou meio estranho entre eu e o Lucca nos dias que se seguiram depois da festa, eu até tentei conversar com ele quando estávamos no estágio, mas ele não me deu muita abertura, falamos apenas sobre o trabalho.

Era véspera de Natal, mas eu nem sentia aquele clima natalino, tava parecendo mais um dia normal. Já a minha mãe estava na correria com os preparativos, ela queria fazer uma ceia perfeita. Meu pai ficou encarregado da decoração, enquanto a minha mãe me arrastou para a cozinha para ajudá-la com a comida e a sobremesa.

Depois de ver a casa toda decorada, de sentir aquele cheirinho de rabanada e ver a empolgação da minha mãe para que tudo ficassem perfeito para quando nossos familiares chegasse. Eu começava a sentir o espírito natalino.

O Natal é um dos meus feriados favoritos. Amo como a casa fica cheia, como todos se reúnem e como sempre tem comida boa, além de amar me arrumar toda só pra ficar na sala de casa.

Corri para o meu quarto me arrumar antes que o povo começasse a chegar, tomei um banho demorado, sequei o cabelo e vesti a roupa que tinha comprado especialmente para o Natal, um conjunto de calça e cropped rosa. Fiz uma make que ficou um arraso e me enchi de perfume.

Ouvi as vozes no andar de baixo e me apressei para descer, cumprimentei cada familiar antes que minha mãe me colocasse na função de garçonete. Fiquei indo e vindo da cozinha diversas vezes com comida e bebida antes que conseguisse escapar e me juntar aos meus primos que fofocavam em um canto.

Faltava pouco pra meia noite quando todos nos sentamos à mesa, minha avó nos obrigou a orar antes que pudéssemos atacar a comida. Tinha várias opções de pratos, mas eu juntei um pouquinho de tudo em um só prato e comecei a comer.

Entre um assunto e outro na mesa, o Davi, meu primo, chamou a atenção de todos para si.

— Então, eu queria aproveitar que a família tá quase toda reunida aqui.— ele trocou olhares com a Isabela, a namorada dele, enquanto falava.— Pra contar uma novidade pra vocês.

— Que novidade?— minha mãe perguntou.

O Davi trocou mais alguns olhares com a Isabela como se ela estivesse a encorajando pra falar e eu só fui ficando cada vez mais ansiosa.

— Nós vamos ser papais!— eu mal ouvi o final da frase porque um alvoroço se instalou na mesa. De repente, estavam minha avó e a minha tia chorando e meus tios comemorando com o Davi.

Em resumo o nascimento de Jesus Cristo ficou para segundo plano porque o assunto da era a gravidez da Isa.

— Parabéns, feioso!— falei enquanto abraçava o Davi, ele era o primo com quem eu mais me dava bem e eu o vi como um irmão mais velho, então já me considerava tia da criança.— Você sabe que eu vou tacar o terror nesse criança, né? Igual você fazia comigo.

Ele riu.

— Coitado do meu filho! — eu ri e fui abraçar a Isabela.

— Você sabe disso há quanto tempo?— pergunto.

— Acho que umas três semanas.— ela disse enquanto passava a mão na barriga que sequer estava grande.

— Bem que eu reparei que você engordou um pouco.— a Talita, que estava atrás de mim, disse. Ela é uma das primas que eu não suporto, sempre tem algo inconveniente para dizer e gostava de ser o centro da atenção.

— Se não tem nada bom para dizer, fica de boquinha fechada.— falei e vi a Isabela se segurar para não rir.

Nós logo voltamos pra mesa porque eu ainda tinha muita coisa gostosa para comer. Me empanturrei de comida, tomei um bom vinho com a minha mãe e minhas tias enquanto ouvia elas falarem de alguém que eu não conhecia.

Ironias do Destino II Onde histórias criam vida. Descubra agora