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YOONGI'S POV

Taehyung vinha se preparando para a tão esperada entrevista haviam dois dias. Havíamos feito seu currículo, treinado perguntas e respostas e recebido dicas de várias pessoas.
Ele estava nervoso e hesitante, mas permanecia apoiado por sua mãe, esta que progredia em sua recuperação diariamente. Sua saúde e disposição eram ótimas e de dar inveja!

Naquela manhã de uma quarta, ensolarada e ventosa, Taehyung se preparava para seu compromisso importante. Ele chegava a roupa de cinco em cinco minutos enquanto estávamos indo ao local, conferindo o cabelo e olhando para mim em busca de aprovação.
Eu estava orgulhoso e feliz, mas havia sempre uma ponta de dúvida presente em meu peito. Ele iria ficar comigo?
Eu não me importava de um relacionamento à distância...mesmo que difícil, tudo que me importava era tê-lo, ou ficaria despedaçado novamente.

— Como estou? — Ele perguntou pela última vez, quando chegamos em frente a uma sede alta e de janelas escuras.
Arrumei sua camisa que estava um pouco amassada e alisei seus ombros largos.

— Muito bem arrumado e profissional! Agora só falta encarar o mostro de vez. — Ri.

— Vai dar tudo certo. — Seu otimismo me deixava mais tranquilo. — E se não der, dou um jeito. — Taehyung sorriu daquele jeito brilhante e alegre, assim, despediu-se rapidamente e sumiu para para dentro da construção.
Olhei em meu relógio e vi que havia um bom tempo antes de minhas aulas começaram, por isso, felizmente, daria tempo.
Não seria fácil tirar da cabeça como as coisas estavam ocorrendo com Tae naquela manhã, mas trabalho a fazer não me faltava.

Já no curso, as questões de exatas eram as piores que eu poderia fazer e, infelizmente, eram as mais acumuladas.
Sentado numa classe no meio de mais 30 alunos, me sentia burro e incapaz de prosseguir. O ar era pesado e o barulho dos lápis e folhas me irritavam. Não queria estar ali naquele momento...

— Ei, Yoongi! — Um dos meus colegas, alguém que eu raramente conversava, puxou sua cadeira para o meu lado. Portava seu caderno e caneta junto. Suspirei, sabendo que a seguir viria o pedido de uma explicação.

— Sim? - Respondi com pouco interesse, mas querendo não parecer grosseiro. Odiava quando as pessoas transpareciam a má vontade de querer me ajudar ou explicar algo importante para mim, então, evitava ao máximo repetir a ação.

— Sabe, eu não sei de onde os números e as letras vem nos problemas. Quer dizer, não sei se função deles ou o que estão me pedindo pra fazer! Isso é tão frustrante!

Não pude deixar de me identificar com a situação de meu amigo, sabendo que passava pelo mesmo.
Tentei ao máximo ajudá-lo com sua questão que tão pouco eu sabia como resolver, então, resolvemos juntos.

— Letras são só incógnitas que você precisa descobrir... não pode juntá-las com números como se fossem iguais à eles... - Conclui.

— Então por isso que o sinal sempre é trocado?

— Aparentemente sim.

Seguimos realizando nossas atividades em dupla pelo resto da manhã e meio da tarde, sendo mais fácil de entender e compartilhar conhecimento com alguém. Parecia que as horas haviam ficado mais leves e passado mais rápido.
Era normal que, naquele curso, ou os estudantes assistissem às aulas ou ficassem em salas particulares resolvendo exercícios. Como de costume, eu ficava até escurecer, tentando fazer meu tempo e progresso render em um local estimulante.

— Você está estudando exatamente pra que? — Aquele mesmo colega, do qual não consegui mais me livrar, voltou a falar. Não estávamos mais na sala, mas em outra mais particular.
Pensei um pouco em sua pergunta e percebi que minhas opções não eram carregadas de uma certeza cheia de paixão.

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