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No dia seguinte, fui acordado muito cedo por meu tio, que tinha uma expressão meio emburrada no rosto. Ele resmungou que "sei que vai ajudar Taehyung" e aconselhou que eu pusesse um casaco, já que estava frio e tendia a continuar assim durante o dia. Agradeci pelo calor estar ausente.
Eu tomei um banho e coloquei uma roupa velha, pegando um casaco para mim no armário de tio Yoonsu. Ficava grande, portanto, dobrei as mangas.

- Vocês são carrapato e cachorro agora. - Meu tio disse baixo e eu o olhei.

- O que há de errado? Está implicando com a gente!

- Não quero que, depois de um romance, vocês dois acabem tudo e fiquem cada um pra um lado. Não quero meu sobrinho evitando de vir aqui ou meu empregado pedindo demissão porque não quer ver parte de minha família. - Tio Yoonsu mordeu uma grande parte de seu pão e continuou, ignorando os modos. - Não estou implicando, só precavindo.

- Eu gosto dele. - Bebi um pouco do suco que Dori havia feito. - Muito. Ele gosta de mim também. - Alisei o copo com meu dedo, sentindo o peso das palavras. - Acho que não é algo que acabe por nada... eu espero que não, pelo menos. - Meu tio não parecia nada convencido, coloquei minha mão por cima da sua e fiz um carinho lento. - Eu não deixaria de vir ver você, e nem Taehyung seria bobo a ponto de pedir pra sair. Ele adora aqui.

Meu tio riu e concordou.

- É, sei que adora.

- Então pare de ser rabugento. - Brinquei. - Deve ser uma habilidade conquistada com a velhice!

Levantei-me, ignorando os protestos de meu tio após tê-lo chamado de velho, e sai da casa.
O vento frio bateu direto no meu rosto e fez com que eu automaticamente encolhesse meu corpo. Corri para o galpão onde Tae ficava e sorri ao encontrá-lo.

- Bom dia.

- Bom dia. - Ele sorriu, aproximou-se e deixou um beijo casto em meus lábios. - Espero que tenha muita energia.

- Nem te conto quanta. - Ri. - O que tenho que fazer?

- Você vai juntar toda aquela lenha. - Taehyung apontou para o monte de madeira cortada. - Tem sacos ali. - Ele apontou para uma pilha de sacos, mais parecidos com lonas, que estavam perto. Concordei com a cabeça e, sem perder muito tempo, comecei a fazer o que ele tinha me pedido. Vez ou outra meus dedos eram furados por pequenas lascas da madeira, e mesmo eu dizendo que era capaz de tirá-los, Taehyung parava o que fazia para se certificar que tudo ia bem.
Ao contrário do que eu pensava, não demorou muito para se tornar cansativo. As costas doíam de tanto abaixar e os sacos pareciam mais pesados cada vez que eu os enchia e precisava levar para um canto, mas mesmo assim mantive a boca fechada e as mãos ocupadas.

- Acabei, Tae! - Suspirei aliviado e mostrei todo meu trabalho para ele, Taehyung sorriu e fez um carinho em meus cabelos. - E agora?

- Agora você vai buscar ovos nos ninhos. - O olhei confuso.

- Mas aqui só não tem lugar pra fazer ninho...

- Tem. - Taehyung apontou para a escada que dava acesso ao segundo andar do galpão. Lá o "chão" era feito de ripas meio separadinhas e aquela parte era usada para guardar feno e alfafa, abrigando-os de sujeira, água e umidade. - Eu seguro a escada pra você subir e tome cuidado pra andar lá, não quero que fique com o pé preso em um vão...

- Ta bom, ta bom! - Peguei a cesta que ele tinha em mãos e fui até a escada, onde subi com cuidado, com Tae segurando lá embaixo. Parecia moleza ir até lá e procurar os ninhos, mas agora sentia certo receio em dar um passo naquilo. - E se eu cair?

- Do chão não passa! - Taehyung me respondeu e eu revirei meus olhos, entendendo que ele não era bom em reconfortar alguém. Fui devagar até o fundo, começando a procurar os ninhos das galinhas, não entendia como eles conseguiam subir ali, mas logo comecei a achar os ovos em tocas escondidinhas e fundas.

- Não esquece de sempre deixar um ovo no ninho, Yoongi, assim elas sabem onde ele fica. - Sorri fraco ao ter que devolver alguns ovos e logo vi que tinha uma boa quantidade na cesta, assim como havia finalizado a busca.
Voltei devagar para perto da escada e desci, ainda mais cuidadoso pelos ovos, sendo amparado por Tae.

- Leve pra Dori, sim?

- Sim... - manhei. - O que você ta fazendo?

- Colocando os sacos de grãos na plataforma. - Ele apontou para as aulas de sacos cheios localizados em uma plataforma feita de madeira, também para impedir que possuíssem contato com o chão pata evitar roedores.

- Eu acho bom me dar atenção depois, ou vou quebrar cada ovo desses na sua cabeça. - Resmunguei para ele enquanto saía do galpão, indo para a parte dos fundos da casa onde entreguei a cesta de ovos à Dori.

 - Resmunguei para ele enquanto saía do galpão, indo para a parte dos fundos da casa onde entreguei a cesta de ovos à Dori

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Olá

Como estão? O que estão achando?

Vou responder os comentários do capítulo passado amanhã

Abraços

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