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No dia sseguinte, acordei com uma confusão de barulhos. Havia um maldito galo cantando, talheres batendo e risadas ecoavam pela casa. Meu corpo doía por ter dormido todo errado naquele sofá velho e agora o som de um telefone tocando se fazia presente.
Quando me levantei e entrei na cozinha, Taehyung e meu tio pararam de rir na hora, fazendo-me olhar feio para ambos. Peguei o telefone fixo e o atendi.

— Alô? — Disse sonolento. Não fazia ideia de que hora era e já havia gente ligando.

— Senhor Yoonsu? — A voz feminina se fez presente.

— Não, o Papa. — Resmunguei. — É o Yoongi, sobrinho dele. Quem é, hein?

Vi, pelo canto do olho, que Taehyung me olhava com divertimento.

— Ah, Yoongi! Era com você mesmo que eu queria falar. — Senti meu corpo acordar mais um pouquinho ao reconhecer a voz. Era a prima de Tae.

— Ah, oi... perdão, eu acabei de acordar... — Passei a mão por meu rosto. — Por que liga tão cedo?

— Queria te convidar pra sair.

— Mas agora? O sol nem nasceu direito...

— Eu gosto de andar pelas ruas vazias e ser a primeira a entrar nas lojas. — Ela riu. — Quer vir comigo?

Eu estava pronto para negar e voltar a dormir, mas tinha uma coisa que eu precisava comprar sim. Sorri, olhando para Taehyung.

— Eu vou sim, vou me ajeitar.

— Ótimo, eu passo aí pra te buscar então.

— Você tem carro?

— Não, vamos caminhando. — Sufoquei a preguiça dentro do meu peito.

— Ok, eu te espero então.

Desliguei o telefone e o coloquei no lugar.

— Bom dia.

Cumprimentei os dois homens com um sorriso meio falso e fui em direção ao meu quarto. Estava irritado com Taehyung por conta de ontem e com meu tio por estar rindo disso hoje, juntamente com meu namorado.
Minha cama estava felizmente arrumada e eu fui separar uma roupa quente outra vez, já que ultimamente os dias estavam cada vez mais frios.
Dei logo jeito de tomar um bom banho para acordar de vez e ir me vestir.
Quando eu já estava terminando de amarrar meu tênis, Taehyung entrou no quarto com um prato na mão.

— Fiz um sanduíche pra você. — Ele deixou a comida em cima da cama, ao meu lado, e colocou as mãos dentro dos bolsos de sua calça.

— Obrigado. — Fui em direção ao espelho do quarto para dar uma olhada na minha imagem.

— Onde vai?

— Vou sair.

— Mas onde?

— Por que importa?

— Por que não importaria?

Olhei com impaciência para ele.

— Só quero ter certeza de que vai estar bem. — Ele continuou e eu odiei saber que era verdade. Taehyung costumava se preocupar muito. Senti meu coração amolecer diante daquela carinha dele e cruzei meus braços, sabendo que já o encarava de um jeito diferente. Ele se aproximou devagar.

— Você estava rindo de mim com meu tio hoje. Daquilo. — Resmunguei.

— Eu ri porque seu tio tirou sarro de você ser birrento e ir dormir no sofá. — Ele explicou. — Não tocamos no assunto daquilo. — Ele riu e me abraçou de vez, cheirando meu pescoço e me fazendo arrepiar. — Hm... cheiroso, vai arrumar outro namorado? — Ele me olhou.

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