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Quando entramos na casa simples e aconchegante, percebi como Taehyung estava tenso ao encarar os objetos dali. Eu não sabia dizer o que ele pensava ou o que iria fazer, mas suas ações realmente me surpreenderam. Ele se sentou no sofá e sinalizou para que eu fizesse o mesmo, obedeci seu pedido e fiquei encarando meus pés.

— Então...? — O pai de Tae sentou-se em nossa frente, claramente confuso e com uma pitada de esperança no olhar.

— Por que você traiu minha mãe?

Taehyung foi direto, atraindo olhares surpresos de seu pai e eu. O senhor Kim ajeitou os óculos que usava e suspirou.

— Foi um erro, eu sei. Mas eu sempre soube que estava indo contra minha própria natureza. Eu adoro sua mãe, Tae, tanto é que me casei com ela... mas... ainda tinha uma parte minha que permanecia vazia. — Ele suspirou fundo, tanto eu quanto Taehyung o olhávamos com atenção. — Então, quando eu o conheci... foi como aquele papo de amor à primeira vista. — Ele riu e eu olhei para Kim, vendo-o ainda tenso, mas concentrado. — Eu sinto muito que tenha acabado como acabou. Você sempre foi a coisa mais preciosa da minha vida, Tae, e eu sei que errei! Mas foram tantos anos me sentindo anormal... Eu só sinto por ter feito você e sua mãe sofrer.

— Você ainda tem contato com ele?

O pai de Tae se remexeu no lugar onde estava sentado, claramente desconfortável.

— Sim. — Vi Taehyung assentir devagar. Quando ele se levantou, fiz o mesmo, pronto para as ofensas que ele proferiria. Ao invés de agir como um animal irracional, Taehyung pegou a mão de seu pai em um cumprimento demorado.

— Vamos continuar nos falando. Aos poucos. — A voz dele era dura, mas eu jurava que conseguia sentir sua emoção contida. O sorriso que o pai dele deu lembrou-me muito do de Taehyung, era bonito e brilhante. Quando vi que eles tinham mais algumas coisas para conversar, saí de fininho da casa, fingindo certo interesse pelos canteiros cheios de plantas daninhas.
Após um tempo, assim que os dois homens saíram, notei que o clima entre eles estava ameno. O pai de Tae veio até mim e apertou minha mão.

— Como é seu nome? Soube que é sobrinho do Yoonsu.

— Meu nome é Yoongi, estou aqui de férias. — Sorri, levando minha outra mão até acima de meus olhos, fazendo sombra contra o sol.

— Taehyung ainda parece relutante... — Ele me olhou com certa preocupação.

— Acho que esse foi um grande passo, mais pra frente ele se abre. — Garanti ao senhor de idade, tentando reconfortá-lo.

— Temos que ir! — Taehyung disse alto e meio impaciente, estava pronto para me despedir do senhor Kim quando seu rosto iluminou-se de repente.

— Fiquem para almoçar!

— O quê? — Taehyung saiu do carro, provavelmente achando que havia escutado errado. — Não podemos.

— Por favor, fiquem, faço almoço cedo e não quero comer sozinho.

— E aquele seu namorado? — Tentei não rir com a expressão séria de Kim.

— Ah, Tae... — Seu pai largou minha mão, fez a volta no carro que estávamos prestes a embarcar e sorriu. — Só hoje.

Taehyung me olhou como se esperasse que eu disesse algo que o livrasse daquilo, mas, infelizmente, eu não tinha coragem de decepcionar o pai dele. Ele parecia feliz.
No final de tudo, ele aceitou por nós dois e voltamos para dentro da casa de seu pai, prontos para o almoço.

 No final de tudo, ele aceitou por nós dois e voltamos para dentro da casa de seu pai, prontos para o almoço

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Preparem-se pro capítulo vinte e sete

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