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Após o feliz acidente com Taehyung, corri para meu quarto e me tranquei por lá, observando o anoitecer com enorme tédio. Eu não sabia que horas eram quando senti fome, mas as luzes da cozinha estavam ligadas.
Sai de meu quarto e vi que Kim estava comendo, ou melhor, devorando um prato enorme de comida. Olhei-o com certo nojo por míseros segundos, pelo menos ainda era gostoso.

— E meu tio? — Perguntei despreocupadamente, passando até a mesa e indo ver se tinha algo na geladeira.

— O chefe está no quarto. — Ele respondeu sem parar de comer. Com a mão apoiada na porta da geladeira, sorri e a abri. Me abaixei, propositalmente virado de costas para Kim e fingi procurar algo para comer. Espiei o garoto pra ver se ele me admirava escondido ou algo do tipo, mas não, ele ainda comia feito um condenado.
Irritado, abri o congelador em busca de batatas para que pudesse fritar. Só havia carne e gelo ali.

— Escuta, cowboy. — O chamei, recebendo um olhar rápido. Esperei que terminasse de comer para enfim continuar. — Não tem batata aqui?

— Claro que tem.

— Onde?

Taehyung me olhou como se eu fosse a pessoa mais idiota do mundo, ergueu minimamente o braço a apontou para uma cesta grande, atrás de mim e repleta de batatas.

— Mas eu queria as congeladas pra fritar...

— Não temos isso aqui, se quiser comer vai ter que descascar.

— Eu não sei descascar! — Bati meu pé no chão como o bom menino mimado que era, ele me olhou sem nenhuma expressão e suspirou.

— Pegue algumas, eu te ajudo.

Eu, guloso que era, peguei quantas batatas aguentei em meus braços e deixei todas em uma bacia que Tae tinha me alcançado. Nós dois nos sentamos no chão, um de frente para o outro e com uma faca na mão.
Ele me ensinou do melhor jeito que pôde como descascar aquelas coisas e eu até que peguei um certo jeito, mesmo que suas batatas ficassem lindas descascadas, enquanto as minhas pareciam formas abstratas. Pelo menos não me cortei nenhuma vez.

— Vai comer tudo isso?

— Ah, vou sim... você não tem ideia do quanto sou faminto. — Sorri perverso, sendo ignorado com sucesso.

— Pega a frigideira e enche de óleo, aí você liga o fogo e...

— Espera, não tem fritadeira elétrica?

Minha cara de surpresa deveria ter sido muito engraçada, pois o bicho do mato riu e negou.
Suspirando, fiz tudo que ele mandou e ainda precisei desviar dos respingos de óleo que queimavam minha pele quando saltavam da frigideira. Após muito reclamar, Taehyung assumiu o controle e terminou tudo muito mais rápido.
Dividimos as batatas sentados na porta da frente, sendo agraciados pelo vento frio da noite, muito diferente daquele bafo que fazia durante o dia.

— Então — Chamei sua atenção, enchendo minha boca de batatas oleosas. — Quantos anos tem?

— Vinte e três — Eu o olhei espantado. Não imaginava que Taehyung tinha tudo isso de idade, porque parecia muito menos. — E você?

Senti um nó na garganta.

— Dezoito. Por que trabalha aqui?

— Eu gosto do trabalho daqui.

Deixei o pote vazio das batatas de lado e limpei meus dedos na blusa dele, recebendo uma reclamação em resposta.

— Então... tem esposa?

— Não, por que eu teria? — Ele respondeu rindo.

— Por que não teria? — Rebati.

— Não chegou a hora. — Ele respondeu abruptamente. Confesso que fiquei um pouco surpreso, mas vi que não tinha mais o que fazer ali. Eu já tinha conseguido o que queria: saber se ele estava livre e ter um pouco de sua atenção, mesmo que ainda estivesse me remoendo pelo episódio em que o peão não olhou para minha bunda.
Estava satisfeito mas ainda faltava uma coisa. Em um gesto rápido, como se fosse algo muito vergonhoso, beijei sua bochecha e me levantei. Ele me olhou confuso.

— Obrigado por hoje, começamos cedo amanhã, Tae. — Pisquei para o homem outra vez, deixando-o sozinho enquanto voltava para meu covil.

 — Pisquei para o homem outra vez, deixando-o sozinho enquanto voltava para meu covil

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Olá

Como estão? O que estão achando?

Decidi que farei uma one/two shot (qual me parecer melhor na hora desta obra). Vai ser estilo (Des) Apego mesmo porque esse estilo me convém, a one shot parece uma base pra obra.
Vou confessar que tenho muito medo de trancar a fanfic quando meu ano letivo começar, eu sou muito bitolada com estudo e notas, fico desanimada fácil e to sempre com a cara enfiada nos cadernos (não que eu goste, mas fico nervosa se não faço, parece que estou jogando tudo pro ar). Se isso acontecer, espero que entendam e saibam que volto sempre nas férias... se bem que esse ano eu tenho um estágio obrigatório pra fazer. Juro que amo onde estudo mas às vezes quero sair gritando, e olha que estou só no segundo ano do ensino médio.

Eu vou me esforçar pra tudo, pra escola, pro projeto, pras minhas obras, pra mim, pro meu estágio, tudo, tudo, tudo. De alguma forma eu vou fazer dar certo. Só esperando pra ver, não é?

Até lá seguimos firmes

O nome da one shot provavelmente será Sexo Rural enquanto o nome da fic mudará para Amor Rural. Amor Rural é uma música do Gabeu, filho do Solimões, que foi minha inspiração. Vou pôr a música neste capítulo.

Abraços

Amor RuralOnde histórias criam vida. Descubra agora