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Quando finalmente terminamos de carregar tudo, eu estava suado e sujo de terra. Havia jogado meu casaco em um canto e esvaziado minha garrafa.
Hoseok estava jogado em um canto e Taehyung não parava um segundo.

— Ainda falta muito pra terminar? — Puxei Hoseok para deitar a cabeça em meu colo. Taehyung nos olhou e riu.

— Sim. — Fiz careta. — Mas agora vamos almoçar. — Disse ele, checando um relógio de pulso.

— Eu vou é tomar um banho e não sair mais do quarto...

— Tudo bem, eu dou conta do resto. Talvez consiga terminar mais cedo. Vou te dizer — Ele caminhou até mim e empurrou Hoseok para o lado, rindo de suas reclamações. Taehyung sentou-se ao meu lado e se deitou em meu colo, lugar antes que era o repouso de Jung. Eu comecei a mexer em seu cabelo, brincando com os fios. — Achei que não fosse aguentar as lenhas e nem o resto...

— Ele te subestimou. — Hoseok riu.

— Eu sou trabalhador! — Ri. — E vou dormir a tarde toda agora.

— Se dormir agora não vai dormir de noite. — Taehyung me olhou. — Eu não vou ficar de folia a noite toda, Yoongi. Vou estar cansado.

— Não vou te incomodar! — Levantei-me rapidamente, fazendo-o sair de meu colo e levantar também. — Vamos comer, tenho fome!

Sai na frente dos outros dois, indo para casa em passos rápidos e com meu estômago pedinte por comida. Tirei meus calçados antes de entrar e fui direto lavar as mãos, aproveitando para passar uma água no rosto também. Minhas bochechas estavam levemente coradas bem como meu nariz, e meus cabelos estavam sujos por teia de aranha e pedaços de feno.
Assim que saí do banheiro, meu tio entrou e fez o mesmo que eu, sendo seguido por Taehyung.

— E Hoseok? — Perguntei.

— Ele come na casa dele. — Diz Taehyung.

— Aquele garoto não come nada que não seja feito pela mãe dele, nunca vi. — Meu tio disse do banheiro. — Come conosco, Taehyung? — Meu tio convidou o moreno e eu pude sentir uma relutância em sua voz, talvez por ainda não ter tirado da cabeça o que me disse mais cedo.

— Sim! — Respondi no lugar dele, agarrando seu braço. Taehyung riu, todo tímido, e resmungou um "sim, senhor".

Naquele almoço eu pude entender o motivo que levava meu tio e Taehyung a encher o prato.

1. Era tudo muito bom;
2. Poupava energia de levantar e servir uma segunda vez;
3. O trabalho era o motivo de toda aquela fome.

Até eu, que nunca fui muito de comer, tive que repetir duas vezes para me sentir satisfeito, pois parecia que a cada garfada minha fome dobrava de tamanho.
Taehyung, por baixo da mesa, brincava de chutar meu pé e me lançava olhares divertidos enquanto eu comia, oferecendo-me algo para limpar a boca de tempos em tempos. Senti-me como um bicho do mato, mas o que poderia fazer?

— Finalmente começou a comer direito. — Meu tio quebrou o silêncio enquanto dava-se por satisfeito, relaxando a postura na cadeira. — Come mais.

— Não quero, tio... estou cheio! Vou vomitar se comer mais. — Taehyung lançou-me um olhar irritado por eu falar aquilo na mesa, fazendo com que eu quisesse rir. Ele largou os talheres alguns momentos depois e levou seu prato à pia, assim como eu e meu tio.

— Vai escovar os dentes... — Pedi.

— Por que?

— Porque tem que escovar os dentes depois que come e porque eu quero te beijar.

— Meu Deus, eu vou dormir. — Meu tio levantou-se e foi ao quarto. Taehyung não relutou em nada ao meu pedido e foi se escovar, assim como fui após ele.

— O que vai fazer agora? — Enquanto eu tirava as sujeiras de meu cabelo, Taehyung abraçou meu corpo por trás, sendo refletido no espelho do banheiro.

— Talvez ajudar Dori em alguma coisa e depois desenhar. — Sorri quando um beijinho molhado foi deixado em meu pescoço, provocando um arrepio.

— Desenha lá comigo... — Ele manhou. — Não quero ficar longe.

— Por que? — Fiz-me de bobo, virando para poder encarar os olhos escuros do mais velho. Seu corpo apertou o meu contra a pia e suas mãos acariciaram minha cintura por baixo da camisa. Ele fazia com que os toques fossem naturais, mas que fizessem com que eu suspirasse.

— Eu gosto de você. — Ele me olhou. — Queria aproveitar o tempo, poder olhar pra você... — Sua mão deixou minha cintura e foi até meu rosto. — E fazer carinho quando desse na telha.

Eu ri com o estranho jeito que o achava meigo e deixei vários beijos por seu rosto, sendo prontamente segurado para não sair e continuar naquilo. Eu ouso dizer que amava ficar naquilo com ele, trocar toques e carinhos, mas se bem me conhecia... se meu nome ainda fosse Min Yoongi, eu logo teria vontade de ir além, porém, não queria assustá-lo.
Por enquanto ficaríamos naquele clima bom de namoradinhos.

— Depois eu vou lá então. — Prometi, sorrindo ao ver que ele havia ficado feliz. Tivemos que nos despedir logo, já que ele ainda tinha coisas para fazer e eu também. Ajudei Dori com a louça, ouvindo ela contar sobre como era raro que alguém ajudasse e que as festas de meu tio eram seus pesadelos. Com um bom tempo poupado, a mulher foi ter um leve descanso e eu aproveitei para pegar o que usava para desenhar e correr ao galpão. Os cachorros latiam por minha correria e as galinhas saíam de meu caminho com pressa.

 Os cachorros latiam por minha correria e as galinhas saíam de meu caminho com pressa

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Olá

Como estão? O que estão achando?

Alguns capítulos serão bem maiores que outros, acho que os próximos (1500/1300 palavras)

abraços

Amor RuralOnde histórias criam vida. Descubra agora