Yoongi havia ido muito mal em seu ano letivo, e seu castigo seria passar suas férias na fazenda de seu tio.
Sem acesso à tecnologia, Yoongi vê somente um único passatempo pra poder suportar os dias quentes e pacatos: o capataz.
— Aniversário de casamento seu e da mamãe. — Taehyung interrompeu e completou a fala do pai de forma amarga, o mais velho abraçava o corpo pelo vento que vinha aumentando, anunciando que logo choveria.
— Estive pensando — Prosseguiu ele depois de um longo suspiro, provavelmente sabendo bem como seria falar com o filho. — Se quer ir ver ela comigo.
— Pra quê? Pra lembrar que um dia foram casados?
— Bom, legalmente nós ainda..-
— E que você estragou tudo enganado não somente ela, mas eu também?
Taehyung tinha as duas mãos fechadas, encarava seu pai com pura raiva e era respondido com vergonha e tristeza.
— Taehyung, por favor. — Ele suspirou. — Já fazem anos, eu e ela nos acertamos como adultos. Ela sabe que eu a adoro, você sabe. Eu nunca fui um pai ruim...
Vi o corpo de Taehyung ficar tenso e seus passos para trás foram rápidos.
— Eu não quero — A voz dele estava embargada. — Vá embora. Não volte. Peço isso toda vez que aparece.
— Taehyung, eu quero me redimir... tentar enquanto há tempo!
— Vá embora. — O rosto de Kim estava virado para o lado, não dando ao pai a dignidade de encará-lo. O homem suspirou, puxou o casaco ainda mais contra o corpo e saiu dali em passos lentos contra o vento. Demorou menos de dois minutos para que eu percebesse o quanto o corpo de Tae tremia, e menos tempo ainda para escutar seus soluços que tentou abafar. Lembrando de minha presença ele tentou fazer com que eu saísse dali e o deixasse sozinho, mas foi fácil o convencer de minha estadia. Eu o abracei com força, deixando que chorasse em meu ombro como deveria ter feito tantas outras vezes sozinho. Não sustentei o peso de seu corpo muito tempo, levando-nos calmamente para sentar no chão antes que caíssemos. Ainda abraçado em meu corpo, apertando-me com força enquanto chorava, ouvimos os pingos fortes e ligeiros caindo no teto do galpão, produzindo um som alto. Alto o suficiente para abafar os soluços dele. Eu gostava de chuva, gostava do cheiro de terra molhada e da água, mas não conseguia apreciar o tempo enquanto Taehyung me apertava. Permanecemos ali, no chão sujo, abraçados e sem dar uma única palavra.
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