Nosso Fuso - Chris Hemsworth - Hiatus

Capítulo 42

Estava em casa acompanhando as gravações finais do documentário, mais cedo eu tinha deixado as crianças no colégio, eu tenho tentado me manter calma o máximo que eu posso, mas temos pouco tempo pra finalizar o documentário antes do evento anual da GQ, Jim achou que seria interessante lançar o doc no dia do evento Men of the Year.

- Carol você está bem? – Trixie se aproximou, eu estava olhando algumas fotos no notebook.

- Sim. – Olhei pra ela. – Porque?

- Você está pálida, você realmente está se sentindo bem, o bebê está bem?

- Trixie eu estou ótima, não estou sentindo nada.

- Você está se alimentando, você sabe que é muito importante se alimentar direito, tá tomando as medições que foi passada?

– Ela se sentou na minha frente.

- Amiga relaxa, eu estou bem, nós estamos bem. – Me referi a mim e o meu bebê. – O celular que estava em cima da mesa começa a tocar era o do Chris, o nome na tela indica ser do colégio das crianças.

- Não vai atender? – Trixie pergunta.

- Não, o celular não é meu. – encaro o aparelho.

- Carolina é do colégio do seus enteados deve ser algo importante. – Trixie pega o celular e me entrega.

- Alô. – Digo atendendo o celular.

- Sr. Hemsworth? – Era uma voz feminina.

- É a namorada dele, quem é?

- Ah, é você. – A pessoa disse do outro lado.

- Sim, sou eu, e você quem é? – Perguntei.

- Eu sou a professora dos filhos do Sr. Hemsworth. – A mulher disse do outro lado.

- Ah é você. – Disse no mesmo tom que ela disse ao saber que eu que estava na linha. – Algum problema?

- O Sr. Hemsworth está?

- Está ocupado no momento, algo que eu possa resolver.

- Teria que falar diretamente com o pai e o responsável. – Essa mulher é irritante.

- Acontece que o meu namorado não está podendo falar no momento, mas se for muito importante você pode me passar o recado e eu transmito a ele.  – Eu respirei fundo.

- Eu vou ligar pra Sra. Hemsworth então, eu tenho que falar diretamente com uma pessoa completamente responsável. – Ela disse do outro lado.

- A ex mulher do meu namorado não está, não sei se você foi informada, mas ela está em uma viagem fora do país volta daqui alguns dias.

- Os pais do Chris, eu ligo pra eles. – Ela falou.

- Escuta aqui, você está ligando para o celular do meu namorado pra falar algo sobre os filhos dele acredito eu, então seja no mínimo um pouco mais profissional e me diga logo o que está acontecendo com os meus enteados. – Eu tentei manter o nível da conversa e o tom de voz.

- Claro, Srta... – Ela fez uma pausa. – Não me lembro seu nome.

- Futura Sra. Hemsworth. – Disse a ela, Trixie começou a rir.

- Srta. Hemsworth, poderia avisar o seu namorado que a filha dele não está se sentindo muito bem e que ele ou a Srta possa vir buscá-la.

- Posso falar com a minha enteada? – Perguntei.

- Claro. – ela respondeu, esperei ela passar o telefone a India. – Oi Carol.

- Oi Minha linda, o que aconteceu?

- Eu não estou me sentindo muito bem, estou com dor. – A India respondeu. – Meu braço tá doendo muito.

- Eu vou falar com o seu pai, a gente vai buscar você okay. – Eu olhei pra a Trixie.

- Carol está doendo muito. – Ela disse chorando.

- A gente já está indo, eu vou falar com o seu pai, fica bem.

- Tá bom, não demora.

- Não meu amor, não vamos demorar. – Eu me levantei e fui em direção ao Chris, desliguei o telefone, ele estava mostrando algumas coleções de suas pranchas. – Eu vou precisar de uma pausa bem rápida. – Disse a equipe, eles pausaram as gravações.

- O que aconteceu meu amor? – Chris me olhou.

- Amor, ligaram do colégio das crianças, acho que a India machucou o braço. – Disse a ele.

- Índia? – Ele me encarou preocupado.

- Ela disse que estava com muita dor no braço, ela estava chorando e pediram pra irmos buscá-la.

- Claro, eu vou pegar a chave do carro. – Chris me olhou depois saiu andando.

- Trixie, cuida de tudo aqui. – Disse a Trixie.

- Claro Carol, não se preocupe, dêem notícias. – Ela olhou pra mim.

- Claro. – Eu saí andando e fui em direção ao carro Chris estava saindo do interior da casa, entramos no carro e fomos em direção ao colégio das crianças, por sorte não tinha nada de trânsito esse é o lado bom de não morar no centro, chegamos no colégio e fomos até a diretoria encontrar com a India, ela estava sentada com a professora.

- Oi minha linda. – Chris foi até ela.

- Papai. – Ela olhou para o Chris. – O meu braço.

- O que aconteceu? – Eu olhei pra mulher.

- Ela começou a sentir dor no braço logo após o intervalo. – A mulher respondeu.

- Eu caí. – India olhou pra mim.

- Vamos te levar para o hospital tá bom, vai ficar tudo bem. – Chris pegou a filha no colo.

- Obrigada por avisar. – Eu olhei pra mulher que estava me encarando com uma cara de poucos amigos.

- Imagina Sra. Hemsworth só fiz o meu papel. – Ela deu o um sorriso.

- Eu avisar a minha assistente pra buscar os meus enteados quando eles já estiverem liberados. – Disse a ela.

- Sim Sra. – Ela me olhou e depois olhou para o Chris. – O Sr autoriza?

- Claro, Trixie pode buscar os meus filhos, ela trabalha pra Carolina não tem problema nenhum. – Chris respondeu.

- Tenha um ótimo dia. – Disse a mulher ela me deu um sorriso forçado, saímos do colégio e fomos em direção ao hospital, no caminho eu liguei para a Trixie e pedi que ela buscasse os gêmeos no colégio, enquanto Chris estava em atendimento com a India eu fiquei aguardando na sala de espera, eu me levantei da cadeira e fui até a máquina de chá.

- Você por aqui? – Era a Alice.

- Alice? O que faz aqui? – Perguntei.

- Eu pergunto o que você faz aqui. – Ela me encarou. – Veio ver meu irmão morrer.

- Do que você está falando? – Eu não fazia a menor ideia do que ela estava falando.

- Não se faça de sonsa Carolina.

- Alice eu não faço a menor ideia sobre o que você está falando.

- Eu estou falando do Heitor, de quem mais eu estaria falando.

- O Heitor está nesse hospital?

- Porque você não para com esse seu teatro barato. – Ela me olhava com raiva.

- Você está louca, eu não estou sabendo de nada.

- Estou falando do meu irmão está morrendo Carolina. – Ela me encarou.

- O Heitor o quê? – Eu perguntei outra vez.

- Morrendo, meu irmão está morrendo. – Ela desviou o olhar.

- Como assim morrendo, o que aconteceu?

- Ele sofreu um acidente de carro há 2 dias. – Ela respondeu. – O Heitor está em estado gravíssimo, o Heitor está em coma Carolina.

- Coma? O Heitor. – Eu não conseguia acreditar. – Eu sinto muito.

- Sente muito? – Ela limpou as lágrimas. – Você deve estar feliz.

- Alice eu não fazia a menor ideia sobre o acidente do Heitor.

- Veio aqui então pra quê.

- Eu estou com a minha enteada, não tem nada a ver com seu irmão e eu não esperava te ver aqui.

- Você quer mesmo que eu acredite em você. – Alice estava transtornada.

- Eu não tenho motivos pra mentir pra você.

- Sínica. – Ela apontou o dedo na minha cara. – Você é muito sínica, você é a pior pessoa que eu conheço.

- Alice você não está no seu estado normal, então eu vou dar um desconto para as suas ofensas, mas eu não tenho nada a ver com o que aconteceu com o Heitor se é isso que está insinuando.

- Heitor só queria conversar com você, te pedir desculpas, você não tinha o direito de negar isso a ele. – Alice  respirou fundo e deu passos em minha direção.

- Do que você está falando, eu não sei do que você está falando, eu não nada sobre o Heitor. – Tentei me explicar.

- Ele disse que iria te deixar em paz, ele tinha mudado Carolina, ele estava tentando fazer o certo, ele iria te deixar em paz.

- Mas eu não sei de nada disso, eu nem sabia que o Heitor estava querendo falar comigo.

- Saiba que se o Heitor morrer a culpa é toda sua. – Ela passou por mim, eu não sabia o que pensar.

- Alice espera. – Eu pedi a ela.

- O que você quer? – Ela se virou e me olhou.

- O que aconteceu, como assim o Heitor iria me pedir desculpas, eu juro, de verdade eu não sabia.

- Desde que seu pai, seu super herói em forma de namorado foi até onde estávamos atrás do Heitor e disse a ele pra ele ficar longe de você, o Heitor não teve escolha. – Eu disse mais calma.

- Eu não queria que as coisas chegassem a esse ponto. – Disse a ela.

- Seu namorado espancou o meu irmão naquela noite que a gente se encontrou no banheiro do Pub sem motivo algum. – Ela se sentou em uma das cadeiras próxima a máquina de chá, eu me sentei na cadeira de frente.

- Eu também não sabia, eu nem esperava encontrar vocês naquele dia.

- Você nunca sabe de nada não é, tão inocente, tão certinha, pobre coitada, tão injustiçada. – Ela disse com ironia.

- Você não tem o direito de me atacar assim, você como ninguém sabe que eu nunca quis que as coisas chegassem a esse nível.

- O Heitor disse que encontrou você dias depois em um restaurante, você não foi capaz de ouvir o que ele tinha a dizer.

- No dia em questão eu estava passando mal, acredite ou não, mesmo que não estivesse depois de tudo que eu passei com seu irmão a última coisa que eu queria era falar com ele.

- Não me interessa suas desculpas, nada disso vai fazer com que meu irmão melhore.

- O meu pai e o Chris só foram atrás do Heitor porque eu falei com o meu sobre o que o Heitor tinha feito no passado. – Eu olhei pra ela.

- Porque você simplesmente não pode seguir sua vida, porque tinha que falar sobre o que aconteceu.

- Porque por anos eu não pude ser uma pessoa feliz, por anos eu sofri por lembrar das atrocidades que o seu irmão me fez e no momento em que eu decidi ser feliz eu precisei falar.

- Você destruiu a vida do meu irmão. – Alice me encarou com raiva.

- Seu irmão destruiu a minha bem antes você sabe disso, você sabe de todas as coisas que eu passei com o Heitor e você não fez nada pra me ajudar.

- Te ajudar? Você acha que eu iria fazer algo pra prejudicar o Heitor, Carolina ele é meu irmão.

- Ele matou o bebê, ele me empurrou da escada.

- Você caiu da escada. – Ela se levantou. – Você se desequilibrou. – O Heitor disse que você se desequilibrou.

- Ele me empurrou da escada, eu nunca vou me esquecer disso, eu nunca vou me esquecer dele falar que não me divirta nem com o próprio filho.

- Mas isso é passado, já foi, você seguiu a sua vida. – Alice era pior do que eu pensava.

- Segui cheia de traumas, dos quais eu carrego comigo até hoje.

- Eu preciso ir, eu não tenho mais nada pra falar com você. – Ela se levantou e saiu, eu fiquei sentada na cadeira tentando processar todas aquelas informações, sobre o Heitor está morrendo, eu tinha que sair dali o mais rápido possível, eu respirei fundo e fui esperar o Chris no carro, eu não posso ficar desesperada, eu teria que ficar calma se não o bebê sentiria todo meu desespero.