Capítulo 51

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Quando o avião pousou no aeroporto Santos Dumont passava das três da tarde, estar de volta ao Brasil depois desses meses era estranho, mas era bom eu estava de volta em casa mesmo que fosse por pouco tempo.

A gente só se dar conta do quanto esse país é incrível quando estamos longe, apesar de todas as coisas que acontecem aqui, ainda assim é um país maravilhoso, as pessoas são as mais afetuosas o hospitaleiras, em meio a todas as adversidades que o Brasil enfrenta, o brasileiro sempre está com um sorriso no rosto, com um olhar acolhedor.

- Passou muito tempo fora? – O taxista me olhou pelo retrovisor.

- Alguns meses, mas parece que foram anos. – Olhava pela janela do carro.

- Pra onde vamos? – Ele perguntou.

- Leblon. – Respondi.

- Sim senhora. – Ele disse ligando o carro. Passei o resto do endereço durante o percurso. Eu estava nervosa, na verdade mais ansiosa, eu não sabia como reagir ao meu pai depois do que eu descobri, por mais que eu ainda não soubesse o que ele iria me dizer na versão dele, aproveitei pra mandar mensagem para a Ally e Trixie dizendo que eu já tinha chegado e estava bem, o caminho foi tão rápido ou eu estava perdida nos meus pensamentos que não percebi quando paramos em frente a casa do meu pai.

- Chegamos. – O Raul que era o taxista disse saindo do carro, ele abriu a porta e eu saí, eu não lembrava a última vez que eu estive nessa casa, Raul tirou as minhas malas do carro, ele me informou o quanto tinha ficado o valor da corrida.

- Muito obrigada. – O entreguei o dinheiro.

- Bem vinda de volta. – Ele sorriu. – Espero que aproveite mais sua viagem.

- Obrigada, eu também espero. – Disse encarando a casa. – Mesmo depois do que está preste a acontecer.

- Pelo menos você vai estar em casa, não há nada que estar em casa não resolva, é como se fosse o nosso escudo de proteção, enquanto o mal acontece do lado de fora, estamos protegidos por estarmos em casa. – Ele olhou pra mim, mal sabia ele que o que eu temia também estava na minha casa.

- Talvez, mas talvez o meu escudo preste a quebrar, mas ainda sim vai ser a minha proteção. – Disse a ele.

- Eu só posso te desejar boa sorte então. – Ele abriu a porta do.

- Eu vou precisar muito. – Disse a ele, eu vi a porta da frente da casa se abrir.

- Até mais. – Raul deu partida no carro e saiu.

Guida estava na porta em completo estado de choque ao me ver, com as mãos na boca e olhos bem abertos, eu não contive a emoção ao vê-la ali parada, comecei a chorar e a sorrir ao mesmo tempo.

- Voltei. – Foi tudo que consegui dizer, ela veio em minha direção e me abraçou forte, Guida foi o mais próximo que eu tive de uma mãe, mesmo que ela tenha entrado na minha eu já fosse adolescente, ela sempre esteve lá quando eu precisei. Ela estava um pouco diferente desde a última vez que a vi, um pouco mais magra, cabelo mais brancos, mas ainda tinha um dos melhores abraços do mundo.

- Eu não acredito que você voltou. – Ela me encheu de beijos. – Meu Deus, eu não sabia que viria.

- Fiz uma surpresa, eu vim um dia antes. – Eu continuava abraçada a ela.

- Deixa eu ver você. – Ela se afastou e me olhou por inteira. – Você está pálida, não está se alimentando direito, a barriga, esse bebê, você tem cuidado da gravidez, sabe que precisa tomar cuidado não sabe, se alimentar bem.

- Eu estou bem. – Disse a ela.

- Vamos entrar. – Ela disse pegando as minhas malas. – Você está bem abatida.

Nosso Fuso - Chris Hemsworth - HiatusOnde histórias criam vida. Descubra agora