A nova temporada enfim tinha começado, e depois de um ano como reservas Scorpius e Rose finalmente tinham conseguido um posto como titulares nos respectivos times de quadribol – o que significava que estavam recebendo muito mais, além de terem trabalho em dobro – o que ocasionalmente resultava em jogos conjuntos.
Eles eram rivais um do outro, como se comportavam em casa? Comentavam táticas de jogo antes de dormir? Se tratavam apenas como trabalho e continuavam ase amar incondicionalmente como se nunca tivessem competido um contra o outro?
Muito se enganava quem achava que sim, já que se nem em jogos escolares eles perdiam a competitividade, quem dirá em jogos profissionais.
Scorpius e Rose praticamente entravam em pé de guerra, caso a situação no time estivesse muito complicada – com ele chegando a ir passar uma noite no sofá de Aleksandar e Maddeline, após uma briga intensa sobre qual estratégia de defesa tinha sido a melhor naquela tarde. As brigas podiam não ter sentido algum para quem via de fora, mas eram seríssimas para os dois.
-E então, como vai ser hoje? – Scorpius perguntou momento antes de entrar na lareira da casa, segurando sua vassoura.
-Quem perder obedece ao outro por três dias. – Rose decretou.
-Obedecer até quanto? – Scorpius desconfiou.
-Em absolutamente tudo.
Pensando na proposta, Scorpius não tardou em estender o seu braço esquerdo em direção à namorada.
-Que vença o melhor. – Ele decretou, apertando com força a mão da garota, a puxando com força para pressionar seus lábios contra os dela em um beijo duro e rápido.
-Mal posso esperar para te mandar massagear meus pés hoje a noite.
-Você não precisa gastar uma ordem com isso, sabe que eu tenho o maior prazer em massagear quando quiser, mas ver você massageando os meus é uma ideia nova. – Scorpius sorriu cretinamente, entrando na lareira primeiro. – Te vejo no campo.
Ah, com certeza ele veria.
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-E A BOLA É ARREMESSADA PARA SANDERSON, QUE PASSA PARA MALFOY EM TEMPO RECORDE!
-Genevive, atrás de você! – Scorpius berrou, alertando a companheira de time sobre o balaço certeiro.
Genevive Sanderson era a outra artilheira do Puddlemere – uma das poucas mulheres no time – parceira de Scorpius desde que ele tinha assumido o posto como titular meses antes, junto de Maximilian Winchester, o garoto que tinha entrado junto dele. Genevive tinha longos cabelos ruivos encaracolados, sendo parente direta das irmãs Sanderson, bruxas mui famosas na cidade de Salém, nos Estados Unidos. Ao contrário da imagem que tinha passado no filme em homenagem a elas, elas não roubavam criancinhas para comer, muito menos virariam pedra caso pisassem em solo sagrado, mas adoravam quadribol. Ao menos atualmente, sim.
Scorpius tinha tido um ataque de fanboy no momento em que foi apresentado a mulher, imediatamente criando uma conexão com ela – era parente de bruxas históricas, que ele lia em seus livros de História da Magia! – logo tornando-se insuportável para o restante do time suas discussões na hora do intervalo. Ora bolas, como dois nerds conseguiam também serem jogadores de quadribol? Os estereótipos não batiam, eles precisariam escolher um lado logo!
Quase a mesma indecisão entre cantar/atuar e jogar basquete, claro.
E era óbvio que a fofoca sobre os dois estarem saindo também tinha começado, coisa que nenhum dos dois se deu ao trabalho de desmentir tamanho esdrúxulo que era. Rose sequer se importou, conhecia o namorado suficientemente bem para saber que ele tinha sede de conhecimento, e após meia hora de conversa com Genevive descobriu que ela era a mesma rata de biblioteca que Scorpius – além de namorar uma trouxa bibliotecária.
-SCORP! – Rose gritou, confundindo o pobre rapaz. Genevive tinha se desviado do balaço, mas em contra partida ele tinha ido na direção de Rose.
Scorpius não teve dúvidas, lançando-se na direção da namorada e a protegendo da bola mágica, apenas para rosnar de raiva em seguida.
-PUTA QUE PARIU, MALFOY! CAIU NESSA DE NOVO?! – Max berrou da sua posição, sabendo que o companheiro havia sido usado de novo pela artilheira rival.
Rose e Gina apenas riram, cientes que a sua estratégia de jogo tinha funcionado muito bem. Ninguém era amigo nem parente de ninguém durante um jogo, aquele era o lema até mesmo utilizado na Toca, todos sabiam disso. Mas Scorpius também sabia brincar.
Com brilho traiçoeiro nos olhos, ele perdeu parte da consciência racional, deixando-se levar pela adrenalina e conseguindo marcar dezenas de gols para o Puddlemere.
-Porque nunca jogou assim na escola? – Harry comentou com Draco, das arquibancadas.
-Não sei se se lembra, mas eu queria passar despercebido.
-Sabe que poderia ter ganho de Harry diversas vezes, não é? – Rony opinou. – E nem precisaria das vassouras compradas pelo seu pai para isso.
-As vassouras foram apenas um incentivo a mais para meu filho ser notado, mas elas não garantiam o talento. – Lucius se intrometeu no assunto, assustando os outros três.
-P-pai!? – Draco gaguejou, tensionado o corpo. – O que está fazendo aqui?
-Vim prestigiar o meu neto no trabalho dele, como todo avô faz.
-Mãe? Sabe que Scorpius não vai gostar nada disso.
-Estamos em público, meu neto é educado o suficiente para não fazer nenhum escândalo na frente de todo mundo.
Era justamente por aquilo que Draco não queria que Lucius tivesse sido solto: todo o trabalho que ele, Hermione e Andromeda tiveram em resgatar Narcisa tinha ido ralo abaixo, já que lá estava ela defendendo o marido com unhas e dentes até mesmo pronta para enfrentar o neto em uma briga que ele duvidava que fosse ser reparável.
-Respira, Draco. – Harry aconselhou o amigo, colocando a mão em seu ombro, o puxando de volta para o jogo. – Só ignora, e tenta ir atrás do seu filho primeiro.
E ele fez exatamente aquilo. Assim que o jogo terminou, os três se colocaram a esperar a esposa e filhos, e apesar da insistência de Draco de aparatarem logo para a casa deles e conversarem por lá, Scorpius e Rose não entenderam a pressa, resultando no fatídico encontro – com Lucius tendo a cara de pau de abraçar Scorpius.
Uma visão horrorosa, principalmente para os participantes da segunda guerra bruxa, onde a lembrança de Voldemort abraçando Draco foi revivida imediatamente.
Mas Scorpius não arrancou o coração de Lucius fora, apenas entrou em choque, se sentindo profundamente infeliz no ambiente que ele mais se sentia confortável. Ter visto a raiva misturada com a dor nos olhos do seu filhote tinha insaturado a ira em Draco, sendo preciso ser contido por Rony e Gina antes que ele cometesse patricídio.
Scorpius nem se deu ao trabalho de se despedir, apenas aparatou de volta para casa, no desejo de ficar sozinho e descontar suas frustrações em particular.
Infelizmente, pela aposta que fizera mais cedo com Rose, não foi possível fazer isso. Ela tinha ordenado que ele se sentasse e conversasse racionalmente, além de marcar uma consulta de emergência com dra. Perci.
No final das contas, suas habilidades tinham sido sobrepostas pela apanhadora.
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Veela, Scorpius?
FanfictionContinuação de Veela, Draco? Scorpius Malfoy completou dezessete anos de idade quatro dias atrás, descobrindo que o gene de Draco passara para ele, o transformando em um veela. Sua companheira? Rosalie Weasley. Mas só tinha um pequeno probleminha:...