Chapter XXI

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A cada dia que se passava Scorpius avançava mais um pouquinho em seu controle. Ele ainda tinha sérias dificuldades de controlar sua sede de sangue, mas já conseguia se matar a quatro metros do chão por pelo menos cinco minutos sem cair de exaustão. O garoto tinha se desculpado com sua mãe pela tentativa de machucá-la, que apenas fez pouco caso. Depois de tudo o que tinha passado um ataque de filhote veela era quase nada para a mulher.

Os pavões sempre que viam as duas criaturas sobrevoando os jardins corriam desesperados, mas Bichento II não. ele corria atrás dos donos, miando por atenção. Ele também era um gato, queria poder voar assim como os dois felinos gigantes que via, mas era prontamente ignorado.

A dieta de Scorpius também estava diferente naqueles dias: alimentando-se de praticamente carne muito mal passada, ele sentia seus músculos ficarem mais fortes, como também os ronronados de satisfação ao colocar o alimento na boca. Draco tinha acertado na fórmula para o filho aprender rápido, ainda ajudando com os nutrientes necessários.

Scorpius não gostava de admitir, mas dormia abraçado ao cachecol de Rose, que tinha enviado uma carta para ele na noite anterior. Ela estava curiosa com o treinamento e perguntava se ele iria até a Toca no final de semana.

Draco estava acabado psicologicamente. Ter de se lembrar dos piores momentos da sua vida para se transformar diariamente estava sendo bastante cansativo para ele, mas ao notar os olhos pidões repletos de charme do filho, não pode dizer não para o almoço na Toca.

-Pensei que estivesse cansado demais para ir, Scorp. - Hermione estranhou, pegando a sua bolsa.

-Eu até estou, mas não quero decepcionar Rose. Eu disse que tentaria ir, e ela está me esperando lá.

-Scorp, é só um dia.... - Draco resmungou.

-Um dia para o senhor, que teve a mamãe durante todo o treinamento. Eu só tenho um cachecol! - Entendendo o drama do filho, os Malfoy's se aprontaram para sair, aparecendo na sala da Toca dez minutos depois.

***

Rose tinha acordado de péssimo humor naquela manhã. Queria a cabeça do seu irmão por ter derramado cereal no seu colo, assim como a do seu pai que não parava de fazer barulho com uma nova gemialidade. Estava muito irritada, mas tão logo quanto ela chegou, a tristeza tomou conta da raiva, a deixando amuada em um canto da sala.

-Filha? Aconteceu alguma coisa? - Susanna estranhou o comportamento da filha.

-Eu tô com dor, mãe.... - Rose se encolheu na poltrona, abraçando o próprio corpo.

-Não acha melhor ficar em casa hoje?

Rose negou com a cabeça.

-Scorpius disse que ia tentar ir até a Toca. Se eu não for e ele aparecer pode achar que eu não quero mais anda com ele e ficar chateado....

-Rose.... Ele não vai se chatear....

-Acredite, mamãe, eu o conheço, ou acho.... É só eu tomar um remédio que passa.

Querendo provar para a mãe que estava certa, Rose tomou uma poção para dor e seguiu os pais até a Toca para o almoço, se arrependendo por algum tempo. Ela não tinha ideia que sua TPM viria tão forte, com cólicas fortíssimas e uma imensa vontade de matar qualquer ser masculino na sua frente. James fugiu quando viu o olhar ameaçador da prima, sendo seguido por Fred II.

Decidindo ficar na dela, Rose deitou encolhida no sofá da sala, tampando o rosto com uma almofada e se isolando do resto do mundo. Ouviu quando mais alguém chegou e continuou a fingir que era parte do estofamento, até sentir alguém se abaixar à sua frente e acariciar o seu braço. Achando que seria mais algum sem noção, Rose tirou a almofada do rosto com uma expressão raivosa – que logo se dissipou ao notar os olhos cinzas a encarando com um sorriso no rosto.

Veela, Scorpius?Onde histórias criam vida. Descubra agora