Veela, Scorpius?

Chapter IL

Muita coisa tinha mudado naqueles dois meses que tinham se passado. Scorpius estava definitivamente de volta ao Chalé, com o casamento retomado, demonstrando mais paixão e devoção do que antes (como se aquilo fosse possível). Apesar de ter passado quase duas semanas deitada em cima de uma cama após o desastre do almoço de revelação, Rose tinha tido marcas o suficiente de Scorpius para se fortalecer e conseguir agir tão normalmente quanto uma grávida de trigêmeos conseguia.

Susana tinha sido proibida de não apenas ter contato com os dois, como também de sequer ter contato com os netos. Sendo banida da Mansão e do Chalé, a mulher tinha ficado completamente indignada e levemente insana, já que quando achava que finalmente poderia ter filhotes veelas para cuidar, havia sido excluída. Não apenas da vida da filha, como também de todo o círculo social dos Weasley's, com o próprio Rony pedindo um tempo a ela. Ele se sentia usado, enganado. Todos seus amigos o alertaram que sair com ela era furada, e Hermione havia sido contra o seu casamento desde o começo, mas ele sempre achou que fossem ciúmes. E se todos estivessem certos? Se Susana fosse tão interesseira ao ponto de aceitar se casar com ele apenas para ficar perto da sua obsessão? Se ele fosse parar para pensar agora, ela sempre ficava esquisita quando Draco estava por perto, completamente vidrada nele. Céus, será que ele tinha um gosto tão ruim para mulher a assim? Lilá era grudenta, e Susana interesseira e egoísta?

Mas se por um lado laços estavam se desfazendo, por outro eles estavam sendo minimamente restaurados. Restaurados, mas nem tanto. Tinha sido no dia em que Lorcan havia aparecido no Chalé para se despedir de Rose e ter certeza que estava sendo bem cuidada antes de partir para uma expedição no sudoeste asiático que Scorpius enfim tinha agradecido a ele por ter... cuidado... Da sua esposa enquanto ele não podia.

-Não foi o menor problema para mim, foi reconfortante até, saber que por mais que ela seja apaixonada por você, é para mim que ela corre quando se vê em perigo. – Lorcan implicou, vendo a tremedeira no olho direito de Scorpius começar.

Ele estava nervoso justamente por saber que aquilo era verdade, e que não podia fazer nada justamente por ele próprio ter contribuído para aquilo.

-Mas acho que você criou consciência o suficiente agora para não a deixar de lado, muito menos seus filhos, Cingapura não é muito longe, sabe? Posso aparecer sempre que ela precisar de um ombro querido. Queria eu ser uma pessoa mais ativa na vida desses pobres filhos seus, mas meu trabalho de campo não tem previsão de término.

Lorcan estava indo com uma expedição até o interior de Cingapura, com o intuito de pesquisar as criaturas mágicas lá existentes, como também os feiticeiros seculares e quase milenares lá existentes – existiam lendas de bruxos atuantes na pirataria no século XVIII que além de estarem vivos até hoje, já estavam vivos a muito tempo antes mesmo disso.

-Você vai precisar encontrar um tempo para voltar pelo menos para o batizado deles, Lorc. – Rose avisou, se sentando no sofá por não aguentar mais o peso da própria barriga.

-Já pensaram em quem vai ser o padrinho azarado deles?

-Porque ele seria azarado?

-Rose, você em sã consciência dividiria a criação de três bebês com um pai potencialmente desequilibrado que tende a desaparecer e surtar em momentos importantes?

-Ela eu não sei, mas você deixou claro que continuaria fazendo isso de bom grado caso eu não voltasse. – Scorpius se lembrou.

-E justamente por isso declaramos que você será o padrinho. Sem opção de negar. -Rose completou.

Lorcan estava em choque. Tinha dito tudo aquilo apenas para causar um choque de realidade em Scorpius e fazê-lo voltar a cuidar de Rose, mas se existisse a mínima possibilidade real dele realmente ter contato com aqueles trigêmeos... Ele agarraria com todas as suas forças. Não eram seus filhos como tinha imaginado um dia, mas significava o quanto todos haviam amadurecido o suficiente para conviverem entre si sem tentar se matar, com a vida e criação de três crianças inocentes em suas mãos