Chapter XLVIII

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Era final de tarde quando Scorpius colocou os pés no ponto de aparatação no final da rua do Chalé Malfoy. O tempo estava agradável, com o sol se pondo no horizonte, com nuvens se acumulando no céu, mas não necessariamente estando aptas a fazer chover. Andando de forma automática até o Chalé, Scorpius parou em frente a porta e pensou no que fazer: a lareira estava trancada para ele, mas embora tivesse a chave não cairia nada bem ele simplesmente entrar na casa. Assim, Scorpius não postergou muito mais em bater, esperando a resposta.

-AUAU! AU AU! AU AU! – Condessa latia desesperadamente de dentro da casa, com o som de unhas arranhando a madeira e indicando que ela havia sentido o seu cheiro.

Com um sorriso saudoso, Scorpius se perguntava o quão grande ela estaria.

-Condessa! Controle-se! – Ele ouviu a voz de Rose na porta, tentando abrir sem que a cadela atacasse o visitante.

Assim que ele viu a maçaneta girar e Rose conseguir abrir com dificuldades a porta da frente, ele registrou em sua memória a surpresa cravada em seu rosto, assim como a respiração ser suspensa e buscar apoio no batente – além da sua óbvia barriga contrastante. Mas antes que pudessem falar alguma coisa, Condessa roubou a cena, pulando desesperadamente sobre as pernas de Scorpius, latindo sem parar, felicíssima por ele estar de volta.

-Ei, garota... – Ele se abaixou para fazer um carinho em sua cabeça acalmando a cadela o suficiente para não desconfiarem de alguma coisa.

-Scorpius... – Rose encontrou as palavras, presa em uma memória dos dois brincando. – O que faz aqui?

-Zabini me informou sobre a sua condição para assinar o divórcio. E curiosamente são 17h, é hora do chá.

-Assinar os papéis, então?

-Porque mais eu viria?

Rose não respondeu, apenas deu mais passagem para que ele passasse enquanto ia até a cozinha colocar a chaleira para ferver. Embora tivessem todas as chances para ir se criando um clima terrível de tensão entre os brothers, Condessa aliviou tudo, buscando uma bolinha com a boca e pedindo para que ele jogasse para ela.

-Sabe que a bolinha é só lá fora, Condessa.

-Au....

-Nem adianta fazer essa carinha para mim, mocinha. Onde um joga, dois também jogam. – Scorpius replicou a carinha de cachorro abandonado da cadela, desviando sua atenção para fazer mais carinhos nela, identificando um casaco que não era seu na poltrona da sala, assim como o cheiro familiar de outro homem por toda a casa.

Ele seria rápido, de forma nenhuma queria encontrar com o destruidor de relacionamentos de novo.

Mas pensando bem, Scorpius foi quem destruiu o namoro deles...

-Chá preto com erva cidreira, como você gosta. – Rose voltou para a sala, quebrando completamente o clima de aviso que se formava na cabeça do rapaz.

-Obrigado. – Scorpius agradeceu, servindo para ela o chá em modo automático, apenas para se levantar e ficar distante dela, enquanto a mesma aguentava de pé todo o peso extra. Se ele não se sentaria, ela também não. – Você está com os papéis aí?

-Sim.

-Ótimo. A sua condição era aparecer para o chá, e estamos tomando chá. Espero que possa cumprir com a sua palavra e assiná-los antes que eu saia daqui.

-Você tem para onde ir? – Rose perguntou despretensiosamente, ignorando a menção da assinatura.

-Sim, encontrei um lugar para ficar fora da casa dos meus pais. Não acho justo voltar para casa e atrapalhar a eterna lua de mel deles por algo tão simples. – Scorpius rolou os olhos, bebericando da xícara. – Você não colocou nada aqui, não é?

Veela, Scorpius?Onde histórias criam vida. Descubra agora