Chapter XXV

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Tudo o que Scorpius queria era aquela boquinha macia para beijar, mas ela infelizmente estava passando o final de semana na casa dos avós maternos junto da família, o deixando de lado.

Mas não era como se ele estivesse sozinho!

Alek e Milan aproveitavam o último final de semana do mais velho de licença na casa deles, atormentando o mais novo a cada segundo que se passava.

-Scorpius, quer jogar?

-Scorpius, quer disputar no video-game?

-Scorpius, quer parar de estudar? Estamos de férias!

-Scorpius, sai desse quarto! Vou começar a achar que não somos bem vindos nessa espelunca!

-ESPELUNCA É A CASA DA SUA MÃE! - O quadro mais próximo respondeu, ofendidíssimo.

-ANTES DE FALAR DA CASA DA MINHA MÃE, REPARE NA SUA MOLDURA TODA ENCARDIDA!

-DRACO MALFOY! EU EXIJO UMA RESTAURAÇÃO DECENTE AQUI!

Até mesmo pinturas eles conseguiam tirar do sério! Mas apesar de tudo aquilo, Scorpius ainda os adorava. Impulsionado pela confusão no corredor, ele decidiu sair dos aposentos e ver o que os irmãos tanto queriam.

-Eu já disse mais de três vezes, senhor! Não tem como limpar, o outro oxidou! - Draco estava farto de tentar explicar a mesma coisa.

-DÊ UM JEITO! COMPRE UMA NOVA, MAS LIMPE!

-Senhor, não posso fazer isso! Essa moldura tem pelo menos três séculos! A substituição não é uma opção, ou o senhor aceita a condição envelhecida ou não posso fazer nada!

-QUEM É VOCÊ PARA ME EXIGIR ALGUMA COISA, MOLEQUE?

-O DONO DISSO TUDO AQUI! INCLUSIVE, DÊ-SE POR SATISFEITO DE CONTINUAR EXISTINDO! SE EU QUISESSE PODERIA MUITO BEM TER TE DESTRUÍDO A MUITO TEMPO! PENSA QUE EU NÃO SEI QUE TIPO DE COMENTÁRIOS ANDOU FAZENDO PARA MINHA ESPOSA QUANDO ELA ESTAVA GRÁVIDA?! Se quer tanto uma limpeza, saia desse quadro e faça você mesmo!

Draco saiu batendo pé, deixando um tataravô estupefato.

-Oxidação é retrô e vintage. Gosto de estar na moda. - O homem murmurou para Milan, que estava sem palavras pelo xilique do padrinho.

-Esse tipo de diálogo é comum por aqui?

-Você não sabe o quanto. - Scorpius respondeu, já acostumado às brigas e xiliques com os antigos moradores. -Eles não aceitam as mudanças que meu pai fez na família, e sempre que tem a oportunidade, armam esse nível de show.

-E alguma vez conseguiram alguma coisa?

-Não. Sempre termina com meu pai ou minha mãe mostrando superioridade. Eles ficam quietinhos por um tempo depois disso.

-E os moradores da biblioteca?

-Não estou falando com eles.

-Aconteceu alguma coisa?

-Você soube que eu quase matei Lorcan depois do baile?

-Figurativamente falando? - Os dois andavam pelos corredores, indo para o primeiro andar, parando para conversar na longa escadaria.

-Não, literalmente falando. Eu poderia dizer que ele estava no lugar e na hora errada, mas já que ele fez o favor de bater boca comigo, não vou passar esse pano para ele.

-E só meia dúzia de palavras dele te fez fazer sei lá o quê?

-Não, eu já vinha de uma briga com aqueles caras – Scorpius indicou o andar de baixo, ressentido – Quando jogaram na minha cara que todas as minhas chances de sobrevivência seriam por pena. Eu não suportei isso e fui tirar satisfação com Rose, mas foi aquela besta que apareceu no meu caminho.

Veela, Scorpius?Onde histórias criam vida. Descubra agora