Veela, Scorpius?

Chapter XIX

Depois de voltarem do almoço de domingo na Toca, Scorpius tinha passado a noite em claro de tão empolgado que estava. ELE TINHA BEIJADO NA BOCA! ELE TINHA BEIJADO A BOCA DE ROSE WEASLEY! Seu eu interior de treze anos estava em festa, quase como se de fato tivesse conseguido beijá-la no fatídico jogo da garrafa. Eles tinham prometido se falarem no dia seguinte, mas o coitado dormir a segunda feira quase inteira por ter virado a noite.

Sentindo imensa falta da.... ficante – ainda era estranho pensar nela somente daquela maneira – Scorpius enviou uma carta para Rose ainda de noite, convidando para passar o dia seguinte em sua casa.

"Querida Rose,

Me sinto um pouco idiota por já estar sentindo imensas saudades suas – mesmo tendo relutado em me despedir de você ontem a tarde. Gostaria de passar o dia comigo amanhã aqui na Mansão? Por favor, não pense besteiras, mas acho que nosso.... negócio ainda é muito recente para irmos até a Londres trouxa e ficarmos hospedados na casa dos meus avós, ou eu te visitar em casa. Sinto muito, ainda estou com medo do seu pai.

Com carinho,

Scorpius Malfoy"

Rony não gostou nada daquela ideia, ainda mais sabendo que os Malfoy's não estariam em casa. Ele sabia do que os veelas precisavam para sobreviver, mas queria manter a pureza de sua filha o máximo possível.

Oras, se ele tinha acreditado que Rose não tinha participado do jogo da garrafa no terceiro ano, também acreditava que ela nunca havia feito nada com o ex-namorado. Draco e Hermione não se importaram do filho receber a companheira enquanto eles não estivessem - não por estimularem a marcação, mas por saberem que Scorpius não daria um passo daquele dois dias depois de ter beijado pela primeira vez.

Era perto das dez da manhã de terça quando Rose apareceu na lareira da sala de estar da Mansão Malfoy. Scorpius tinha pedido para passar o dia, então deveria chegar cedo, certo?

-Rose, querida! - Hermione a cumprimentou enquanto descia as escadas.

-Bom dia, tia. Scorpius está?

-Lá no jardim da frente, imitando um lagarto no sol. Eu já avisei a ele, mas temo não ter me escutado. Draco já deixou o almoço de vocês pronto, é só aquecer. - Hermione passou pela garota, dando um beijo em sua testa. - Divirtam-se. - Ela desejou antes de entrar na lareira e ir para o Ministério.

Seriam só os dois então.

Embora tivessem crescido juntos, Rose quase nunca tinha ido até a Mansão, e mesmo nas rápidas idas em aniversários sempre tinha se restringido ao jardim – no máximo na sala de estar e no banheiro do primeiro andar. Toda aquela casa ainda era um mistério para ela, que admitia sim ter muita curiosidade de conhecer o resto. Seguindo em direção ao jardim da frente, Rose pensava no conceito de tomar sol como um lagarto, até que avistou o rapaz e entendeu.

Scorpius estava deitado sem camisa no banco de pedra, com os olhos fechados. Descalço e somente com um short azul celeste, ele parecia ser parte do imenso jardim. Sua pele pálida tinha pequenas gotículas de suor que brilhavam conforme a luz batia, seu peito subia e descia em u ressonar tranquilo. Ele sequer tinha escutado a garota se aproximar, entregando que tirava um cochilo.

Rose chegou mais perto e se sentou ao lado da cabeça dele, curvando seu corpo e depositando um beijo casto em seus lábios, surpreendendo-se ao sentir uma língua morna invadir a sua boca. Com um aperto em seu íntimo, Rose soltou um gritinho e se afastou, corada e sem ar.

-Então a princesa estava fingindo que dormia?

-Eu vejo mais como uma técnica de cercar uma presa.