Chapter I

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Scorpius Hyperion Fitzgerald Malfoy estava arrasado. Como ele havia conseguido herdar os genes veela de seus pais? Pior, como ele nunca se tocou da condição mágica de Draco e Hermione antes?

Desde que acordara de sua transformação três dias antes, estava pensativo. Não tinha ideia de quem poderia ser sua companheira até Milan Krum o provocar a respeito de Rosalie Weasley. Deixando suas características bestiais aparecerem pela primeira vez, ele rosnou para o amigo, deixando claro o que ela significava para ele, apenas comprovando o ponto dos Krum: Scorpius estava ferrado.

Não que fosse um absurdo se apaixonar por uma Weasley ou por um traidor de sangue. Não, tudo isso eram motivos passados, mas seus problemas eram bem maiores: Scorpius cresceu junto da garota e é apaixonado por ela desde que se entende por gente, mas.... Ele era completamente desastrado quando o assunto era Rose! Ficava bobo em sua presença, se desligava do mundo e quando tentava fazer contato, falava algum absurdo ou simplesmente travava.

Ele era uma perdição como macho em potencial para sua companheira.

Mas não tinha como não se apaixonar pela garota: ruiva, detentora do par de olhos azuis mais bonitos que ele já tinha visto em sua vida, com um sorriso encantador, cheia de sardinhas pelo rosto e corpo. Era alta, com 1,70 de altura e tão inteligente quanto ele, mas tinha um pequeno probleminha: Rose tinha um namorado. Desde o quarto ano Rose namorava com Lorcan Scamander, e até onde ele sabia os dois continuavam firmes e fortes. Na verdade, nunca tinha visto casal tão apaixonado quanto os dois (não contava com seus pais, era embaraçosa a forma como os dois se olhavam).

Ele estava morto, tinha certeza!

Tinha até mesmo começado a escrever seu testamento na noite anterior, ao som das risadas de Aleksandar e Milan Krum. Dramático como seu pai, foi levado na brincadeira quando falava bem sério sobre quem deveria ficar com seus videogames. Era quase Natal, e os irmãos dormiriam na casa dos Malfoy naquela noite, visto que eram seus padrinhos. Por mais que adorasse os garotos, Scorpius ansiava por ficar só, se recolhendo em seu quarto durante a noite e só saindo para ir à biblioteca no dia seguinte.

O ambiente repleto de livros e estantes era perfeito para se esquecer dos problemas, podendo ficar por horas procurando nas prateleiras ou até mesmo conversando com os simpáticos quadros que residiam nas paredes creme, de frente para os sofás e poltronas. Scorpius não tinha a menor ideia de quem eram, mas adorava conversar com eles em seu tempo livre.

Estirado no tapete da biblioteca, sozinho e desamparado, o garoto fazia um panorama geral em sua cabeça de todas as vezes que tinha conseguido falar com sucesso com Rose, mas falhava miseravelmente. Porque ele tinha que ser tão incompetente com ela, quando conseguia falar perfeitamente com as outras? Pelo menos Laverna – sua admiradora secreta – conseguia falar com ele esporadicamente!

-Merlin.... Aonde eu fui amarrar o meu bode? - Scorpius amassava seus cabelos e rosto, encarando o teto.

-Pensei que você tivesse pavões, não um bode. - A voz do rapaz loiro preencheu o ambiente, fazendo o mais novo dar uma risada.

-Só você para me fazer dar risada em um momento como esse, Sammy.

-Que momento?

-Veja só! Depois te ter passado pela pior noite da minha vida, descubro que minha existência está condenada a uma pessoa que não sou eu!

-Sei, sei. Esse é o seu drama adolescente. Mas já pensou que pode ser uma coisa boa?

-Eu não se.... Espera, você não me perguntou o porquê de tudo isso.

-Amor incondicional, a existência que não te pertence mais, dentes pontudos e fortes dores no corpo. - O garoto ruivo se intrometeu na conversa – Todos aqui sabemos como é passar por isso.

Veela, Scorpius?Onde histórias criam vida. Descubra agora