Chapter II

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O Natal já havia passado e nada dos Malfoy darem sinal de vida. Já era dia 28 de dezembro e Scorpius não havia respondido as cartas de felicitações, nem aberto a lareira de aparatação da casa. Eles estavam intocáveis, o que preocupava muita gente. Não que Draco e Hermione fossem loucos o suficiente de transformarem seu filho em uma versão masculina de Rapunzel, evitando o contato com seres vivos, mas era ele quem não queria ser importunado. Estava relembrando de todas as vezes que tinha falhado e pensando em estratégias de ataque.

Quem visse de longe pensaria que ele estava se preparando para uma guerra, mas na realidade só tentava arrumar uma namorada. Scorpius estava tão compenetrado que Draco não ousou importuná-lo, preferindo deixar que seu filho se aproximasse em seu tempo exato. Além disso, sabia que Sammy deveria estar ajudando seu filho.

Scorpius demorou exatos oito dias para absorver todas as informações e se conformar com sua realidade. Estava mais calmo agora, sentindo que finalmente poderia fazer contato com o mundo exterior. O fato de não terem ido à festa de Natal dos Carrow havia chamado a atenção da mídia, mas após terem dado uma nota que Narcisa não se sentia bem, a ausência foi explicada. Puramente mentira.

Os Malfoys haviam passado a virado do dia 24 para 25 na casa do Sr. e Sra. Granger, que os receberam de braços abertos. Scorpius tinha pedido aos pais que saíssem um pouco da Mansão, querendo ir até o mundo trouxa, onde sabia que não encontraria nenhum conhecido. Mas agora ele precisava urgentemente desabafar com seu melhor amigo. Pegando um pergaminho limpo no escritório de seu pai, o garoto não mediu as palavras antes de enviar a carta.

"Wiltshire, 28 de dezembro de 2025

Al, me desculpe por não ter aparecido na sua casa nem na Toca nos últimos dias, mas é que aconteceu uma coisa. Pode vir o mais rápido possível até a Mansão? É de extrema urgência.

Scorpius

Ps: Venha sozinho, é segredo"

O tempo exato que levou entre o envio da carta e o surgimento de Albus na lareira da sala de estar tinha sido de 15 minutos. Ele estava assustado, com medo do que encontraria.

-Tia Hermione! - Albus correu para abraçá-la. - Aconteceu alguma coisa?! Scorpius me chamou com urgência, e a lareira estava trancada.... Meus pais não conseguiram entrar em contato....

-Está tudo bem, querido. - Hermione o abraçava carinhosamente - Sabe como Scorpius é dramático. Pode subir, ele está no meu quarto.

Aquela era mais uma das manias infantis que permaneciam no adolescente: a sensação de segurança que a cama dos pais oferecia. Subindo as escadas com cautela, Albus temeu encontrar o melhor amigo todo quebrado ou desfigurado, mas ficou sem entender nada quando o encontrou jogado de bruços na cama.

-Scorpius? Você tá bem? - Albus estava parado na soleira da porta.

-Na medida do possível. - Ele respondeu entediado.

-Sabe, eu vim aqui para ver você, não o seu traseiro.

Rindo, Scorpius se levantou calmamente da cama, ainda de costas para Albus. O moreno estranho a altura do amigo, mas quando ele finalmente se virou, seu queixo foi ao chão.

-Não sabia que você ia fazer uma plástica.

-Eu diria que foi uma plástica não consentida. - Scorpius suspirou teatralmente. - Me desculpe ter desaparecido nesses dias, mas é que.... Meu aniversário foi meio conturbado.

-Eu me lembro das aulas do quarto ano, mas não consigo identificar com clareza os sintomas... - Albus ao menos sabia que ele não era totalmente humano, seus olhos ligeiramente maiores denunciavam isso.

Veela, Scorpius?Onde histórias criam vida. Descubra agora